Em declarações à Radio Nacional de Angola, citadas pela Lusa, o director do centro, João Bispo, manifestou a preocupação dos responsáveis pelos cuidados prestados aos 126 doentes de Benguela e aos 96 do Lobito, os quais viram já reduzidos o tempo e a frequência de tratamento, devido à falta de materiais, que são todos importados.

"Estamos neste momento absolutamente no limite. Todos os produtos têm de ser importados. Para isso é preciso que os produtos sejam pagos, uma vez que os fornecedores já não os entregam a não ser com prévio pagamento. Depois precisam de ser colocados cá", acentuou.

João Bispo manifestou esperança de que a situação seja ultrapassada nos próximos tempos, uma vez que já há uma grande sensibilização da parte das autoridades.

O médico nefrologista Alcides Tomás classificou como desesperante o ambiente vivido pelos doentes quando viram cortada de quatro para três horas e de três para duas vezes por semana as sessões de hemodiálise.

A falta de pagamentos ao exterior tem vindo a agravar-se com o acentuar da crise causada pela quebra das receitas das exportações, devido especialmente à baixa do preço do barril de petróleo.