Em declarações ao NJOnline, o presidente do Sindicato Nacional dos professores (SINPROF), Guilherme Silva, afirmou que a não contagem do tempo de serviço é altamente discriminatória e não valoriza professores.

"Nós não concordamos que quem tem mais de 10, 20 anos de serviço tenha o mesmo salário que quem começa a carreira. É injusto. O tempo de serviço será a nossa bandeira até que seja resolvido", disse, esclarecendo que, apesar de ter sido discutida a inclusão do tempo de serviço em sede das negociações, os docentes foram surpreendidos quando, na publicação do Novo Estatuto dos Agentes da Educação, o único requisito que foi tido em conta foi o nível académico.

Segundo Guilherme Silva, a qualidade do ensino no País "é medíocre". E não é por falta de bons professores, "é por falta de políticas públicas".

"A Educação é tida como parente pobre e isso não pode continuar. A parcela destinada à Educação tem de ser superior aos 20%. Se o Executivo não investir nem daqui a 100 anos sairemos desta falta de qualidade", declarou.

O SINPROF vai também contestar a monodocência a partir da 5ª classe, bem como a transição automática nas 1ª, 3ª, e 5ª classes, pois, segundo Guilherme Silva, "desde 2001, com a reforma educativa, mudaram o quadro e o ensino piorou".

"Estivemos em Portugal e na Alemanha, onde, no ensino primário não existem mais de 20 alunos por turma. Nós, em Angola, temos mais de 100 alunos. Não existe material escolar, as condições de trabalho são péssimas. As crianças transitam de anos sem estarem preparadas. É preciso mudar este quando senão a falta de qualidade do ensino vai eternizar-se".

O congresso est"marcado para os dias 17 e 18 de Outubro, em Luanda. As conclusões serão levadas ao conhecimento do Presidente da República "porque os auxiliares têm poderes delegados", disse Guilherme Silva.