Apesar de ter confirmado o desvio de 260 milhões de kwanzas (cerca 1,5 milhões de dólares) por parte de funcionários da instituição, o PCA do BPC recusa que isto seja sinónimo de vulnerabilidade.

"Temos mecanismos que permitem verificar quando há fraude", garantiu Paixão Júnior aos microfones da LAC, admitindo porém, estar à mercê do carácter dos quadros que dirige.

Traçando um cenário hipotético, o bancário coloca-se na pele de um gerente: "Estou no balcão, vou à conta do cliente e faço um movimento. Isto não é vulnerabilidade, aqui a questão que se põe é a honestidade do quadro".

Explicando que faz parte dos procedimentos os trabalhadores entrarem no sistema, o responsável admite contudo algumas dificuldades em supervisionar este processo. "Se [o funcionário] chega e faz um movimento incorrecto, de fraude na conta do cliente, levanta o dinheiro e leva para casa, isto é difícil de controlar".

Para Paixão Júnior, a solução não parece estar no reforço das medidas de supervisão, mas sim no perfil dos trabalhadores: "Quadros honestos, dedicados à causa, patriotas e profissionais".

Mas, como garantir essas características? "Isso do perfil tem muito que se lhe diga. Todas as pessoas têm perfil, todas são honestas, até que as coisas aconteçam".

E embora "as coisas" estejam a acontecer, conforme reconhecido em conferência de imprensa, o PCA do BPC garante que a instituição está atenta. "O que temos estado a fazer é a diminuir o número de eventos desta natureza. Não ficamos de pernas e braços cruzados".