A arma usada por Williton Valério da Costa Pedreneira, acusado de ter assassinado o amigo de infância Ricardo Simão, de 26 anos, que esteve desaparecida após o crime, foi entregue esta semana aos investigadores do Serviço de Investigação Criminal pelo pai do acusado, o superintendente Jorge Pedreneira.

De acordo com uma fonte, que pediu anonimato, o director adjunto do SPIC e pai do suspeito do homicídio decidiu colaborar com a justiça e entregou a arma que o filho usou na fatídica noite e que matou Ricardo Simão. "Apanhou-nos a todos de surpresa com a informação da entrega da arma. Ele deu a arma aos colegas da direcção nacional do SIC, do departamento de homicídios, que estão a trabalhar no caso. Acho que ele foi aconselhado a entregar a arma em face da gravidade da situação e da pressão que estava a sofrer por parte de alguns responsáveis do SIC".

A fonte acredita que, com a entrega da arma, já se poderá proceder à identificação do dono da pistola e já se poderá averiguar como é que o Williton teve acesso a ela. "Foi bom ele ter entregado a arma porque ela vai ser anexada ao processo, porque é a prova material que estava a faltar para o ministério público sustentar a acusação. Com a arma também se pode ver quem é realmente o dono, que também deverá ser responsabilizado", explicou a fonte ao Novo Jornal.

Uma outra fonte confidenciou ao NJ que Williton Pedreneira já se encontra no Estabelecimento Prisional de Viana, onde está a ser protegido pelo pai, o superintendente Jorge Pedreneira, e por alguns responsáveis do SIC nacional. "Alguns responsáveis do SIC o aconselharam [o pai] a entregar a arma e o apoiaram. A maior parte dos colegas está solidária com ele. O jovem, mesmo na cadeia de Viana, tem protecção do pessoal do SIC. Ele lá anda à vontade, é bom que se diga que o pessoal da investigação criminal, mesmo nas cadeias, manda. Pouca gente sabe disso", afirmou, acrescentando que Williton Pedreneira está na cadeia com todas as condições, numa situação de excepção comparativamente aos outros presos.

Segundo a fonte, o jovem usa Internet e telemóvel, artigos que são proibidos dentro do estabelecimento prisional. Williton Pedreneira, que antes de ser detido estava a frequentar o curso de polí- cia, entregou-se às autoridades policiais após o crime, mas sem a arma que usou. O jovem, segundo testemunhas, obrigou os amigos, que na altura estavam a conviver no bairro, a irem para uma outra festa que estava a decorrer nas proximidades, porque no local onde estava o grupo as bebidas haviam terminado. Como eles se recusavam a ir, Williton começou a disparar, atingindo mortalmente Ricardo Simão, cujo velório ocorreu na quinta-feira da semana passada, dia 24.