Desta feita, depois de os últimos confrontos violentos terem sido protagonizados, em Setembro e Dezembro de 2016, por militantes da UDPS, de Etienne Tshisekedi, falecido recentemente, os confrontos ocorrem entre as forças de segurança e centenas de partidários do Bundu Dia Kongo (BDK), um movimento político de génese religiosa que se assume pan-africanista.

Os confrontos, ocorridos na terça-feira, tiveram lugar próximo do líder do BDK, Ne Muanda Nsemi, na Av. Benseke, em Kinshasa, para onde a polícia da RDC fez deslo9car dezenas de veículos de intervenção e alguns blindados, segundo relatos da imprensa congolesa.

As razões para os confrontos, aparentemente, residem na ausência de autorização para a concentração de centenas de seguidores de Ne Muanda Nsemi entre a Av. Benseke e a Av. Haute Tension.

Os dados recolhidos pelos jornalistas congoleses, nomeadamente da estação radiofónica da ONU, Radio OKapi, apontam para a existência de mortos, pelo menos cinco, embora não tenha sido fornecido nenhum balanço oficial por parte das autoridades locais.

Ne Muanda Nsemi exige integrar em pleno as negociações políticas de transição na RDC e quer, segundo declarações de um dos seus correligionários no Congo Central, Mavinga Philémon, o posto de primeiro-ministro porque, justifica, o seu contributo para a paz no país não tem paralelo.

Os confrontos entre os seguidores de Nsemi têm sido frequentes nas regiões centrais da RDC, com registo de várias dezenas de mortos, mas, segundo analistas em Kinshasa, levar a violência para as ruas da capital do país "representa uma escalada perigosa" nesta disputa entre o BDK e as autoridades congolesas.