Além da pena de prisão, o marido de Cristina e cunhado do rei foi condenado ao pagamento de uma multa de 512.553 euros por enriquecimento com dinheiros públicos através de um esquema fraudulento feito pelo Instituto Nóos, que fundou e dirigiu entre 2004 e 2006.

O sócio de Urdangarin, Diego Torres, foi condenado a oito anos e seis meses de prisão por cinco delitos de corrupção cometidos como corresponsável no Instituto Nóos.

A decisão do juiz é conhecida 11 anos depois do início do caso, quando um deputado socialista pediu explicações pelos custos elevados de um fórum sobre turismo e desporto organizado por Iñaki Urdangarin para o governo regional das Ilhas Baleares.

Urdangarin era acusado de ter utilizado as suas ligações à família real para ganhar concursos públicos para organizar, entre outros, eventos desportivos, tendo em seguida desviado fundos para a Aizoon, uma empresa que ele geria em conjunto com a infanta Cristina e utilizava para financiar o seu estilo de vida luxuoso.

Desde o início do caso, o Ministério Público espanhol recusou-se a apresentar queixa contra a infanta Cristina de Borbón, mas uma organização chamada "Mãos Limpas" avançou com o processo em que a acusava de evasão fiscal e pedia uma condenação de oito anos de prisão.

Apesar de a infanta ser absolvida da acusação de colaborar com os delitos fiscais do marido, o tribunal condenou-a a pagar uma multa de 265.000 euros, conjuntamente com o marido, pela sua corresponsabilidade civil a título lucrativo no caso Nóos.

Durante o julgamento, a infanta negou ter conhecimento das actividades do marido.

Entretanto, a Casa do Rei já reafirmou hoje em Madrid, depois de conhecer a sentença, o seu "respeito absoluto pela independência do poder judicial".

Este caso de corrupção que envolve a irmã do rei tem sido seguido com grande interesse em Espanha e no estrangeiro, tendo manchado a reputação da monarquia e contribuído para a abdicação do rei Juan Carlos, em Junho de 2014, a favor do filho.