O vice-presidente e cabeça de lista do MPLA às eleições gerais de Agosto, defendeu hoje no Lubango que Angola deve abrir o país aos estrangeiros que queiram entrar legalmente, facilitando a sua política de atribuição de vistos como forma de desenvolver o importante sector do turismo.

Para desenvolver o turismo, que para o candidato do MPLA constitui uma prioridade para fortalecer e desenvolver a economia nacional, João Lourenço não tem dúvidas de que Angola deve facilitar muito, comparativamente com o que acontece hoje, a sua política de atribuição de vistos.

Mas, ao mesmo tempo, apontou como fundamental apertar a malha sobre as entradas ilegais no país, nomeadamente por via terrestre, porque o que se pretende é que ter convidados "em nossa casa" que entram pela porta da frente e "não pela janela".

Admitiu que, durante os anos de guerra, em Angola se construiu uma desconfiança sobre aqueles que procuravam entrar no país, mas lembrou que a guerra "acabou há 14 anos" e que já não há nada que justifique essa desconfiança na forma como se dificulta a entrada de pessoas com visto, legalmente.

"Quando o país estava em guerra, havia desconfiança, a conjuntura da guerra cria esses complexos, em que se vê o inimigo em todo o lado. Mas a realidade hoje é outra", disse, defendendo que "isso já pertence ao passado".

"Agora é tempo de abrir as nossas mentes, mas mais que isso, abrir o país ao mundo", sublinhou.

"Temos de ter uma política de emigração bem diferente da que temos hoje. Simplificar o processo de concessão de vistos aos estrangeiros, porque é melhor que em vez de dar 100 vistos, se dê 10 mil, porque ao conceder o visto, sabemos quem é o convidado que está a vir para nossa casa", defendeu.

E garantiu que, enquanto Presidente da República, se o MPLA vencer as eleições de Agosto, vai "trabalhar na política de concessão de vistos para facilitar o processo" e a vida a todos aqueles que procuram entrar legalmente em Angola.

Recorde-se que, entre outras exigências, na concessão de vistos para quem entra em Angola, para trabalhar, ou para turismo, a lei impõe que o visitante receba uma carta de chamada de um cidadão que esteja em Angola, nacional ou estrangeiro legalizado, prática obsoleta e claramente me desuso no resto do mundo.

"Vamos inverter as coisas, vamos abrir a política de vistos e vamos fazer um controlo muito mais cerrado à entrada de ilegais, vamos combater os ilegais de forma eficaz", disse, no seguimento da defesa da abertura do país ao turismo e a sua política de imigração.