Para se assegurar de que as universidades não descarrilam ideologicamente daquilo que são as orientações do PCC, o Governo de Pequim mandou, segundo a imprensa estrangeira com delegações na China, fazer inspecções a cerca de 30 universidades, incluindo as mais importantes e prestigiadas.

Esta iniciativa, englobada numa campanha do Governo, visa o reforço do controlo do PCC sobre o sector académico, que deve ter sempre presente o ideário ideológico dos comunistas chineses, onde se destacam as características do socialismo chinês, onde o mercado funciona segundo regras capitalistas mas executadas por organismos estatais.

Um dos princípios de base do ensino superior na China é que este é de caracter marxista, onde, numa análise simplista, se pode entender que os quadros formados pelas academias chinesas admitem as regras capitalistas desde que executadas por marxistas.

E este princípio, que foi redefinido pela última vez pelo Presidente Xi Jinping, durante um encontro com docentes universitários, é sintetizado nesta frase: "São universidades socialistas com características chinesas. A educação de alto nível deve ser guiada pelo marxismo".

Apesar destas inspecções, que tendem a ser mais de imposição e de dissuasão, terem por base a certeza de que pouco pode estar a falhar às exigências do PCC, porque este controla todo o sector académico, o pessoal docente é submetido a um processo de triagem rigoroso e todas as suas movimentações são vigiadas e a censura sobre os conteúdos é feita às claras.

Os controlos agora anunciados vão incidir sobre cerca de 30 universidades, estando entre estas duas das mais importantes do país, e do mundo, a Universidade de Pequim e a de Tsinghua, ambas na capital.

As inspecções são realizadas por uma equipa liderada por Wang Qishan, que é muito próximo do Presidente Jinping e que está também a liderar a "task force" de combate à corrupção.