Até ao momento, como as autoridades sanitárias são-tomenses têm reafirmado, apenas sete entre muitas centenas de pessoas infectadas conseguiram recuperar totalmente, mas os investigadores que chegaram ao arquipélago para ajudar a encontrar uma solução já perceberam que a doença é menos grave do que se pensava porque os doentes reagem positivamente ao tratamento com antibióticos comuns, como a penicilina.

A questão é que o agente causador desta celulite necrotizante, que provocada uma espécie de úlceras na pela dos doentes, como dor intensa associada, continua por ser identificado e, segundo os protocolos internacionais que regem a forma como lidar com estes surtos desconhecidos, é essencial identificar o agente causador da doença para que não surjam surpresas, como, por exemplo, a mutação da bactéria ou vírus para uma forma mais agressiva e mais resistentes aos tratamentos existentes, com potencial de dispersão regional.

Kamal Mancinho, um dos especialistas portugueses que integra as equipas da OMS no terreno, disse à imprensa que estão "muito próximos" de confirmar laboratorialmente que os agentes causadores da doença são bactérias que podem ser combatidas por antibióticos comuns.

Essa confirmação será feita se for estabelecida a relação directa entre as bactérias e a infecção, mas o médico sublinhou também que, para o que é importante para os doentes é que os antibióticos existentes no país são adequados ao tratamento das toxinas que estas bactérias produzem especificamente.

Neste momento, embora ainda sem terem identificado a relação de causa-efeito entre as bactérias suspeitas e a doença, o problema mais grave é encontrar tratamento adequado e rápido para as úlceras que as pessoas têm na pele, algumas delas muito extensas e agressivas, que podem exigir intervenções cirúrgicas.

Até ao momento, segundo as autoridades sanitárias do arquipélago, apenas sete doentes foram totalmente recuperados desta doença.