O vídeo posto a circular por elementos da FLEC mostra os alegados agentes da PN em movimento e depois sentados, descalços, mas com aquilo que parecem ser fardas da polícia angolana, seguindo-se um comandante da guerrilha a falar aos militares em parada, explicando a acção e reafirmando o pedido de intervenção da Cruz Vermelha Internacional para mediar a libertação dos "prisioneiros de guerra".

Depois de ter sido desmentida a existência de quatro elementos da Polícia Nacional feitos reféns pela guerrilha das FAC, alegadamente depois de uma acção militar levada a cabo na zona de Buco Zau, Norte do enclave de Cabinda, e agora confrontada com este vídeo, o comando da PN em Cabinda volta a desmentir e a garantir que as imagens difundidas são falsas.

Em declarações ao jornal O País, o comandante da Polícia Nacional de Cabinda, comissário Eusébio Domingos, quando o vídeo já está a circular há alguns dias na internet, reafirma a posição inicial transmitida ao Novo Jornal online por fonte autorizada do Ministério do Interior, afirmando que as imagens "são faltas e não passam de uma pura montagem".

"Trata-se uma montagem protagonizada por indivíduos que agem com má fé e que querem inverter a situação de paz e de tranquilidade que Cabinda vive no momento", disse o oficial da PN, adiantando a ideia de que a FLEC-FAC já não tem capacidade para inverter a situação de paz para um conflito, querendo apenas criar "confusão na mente da opinião pública nacional e internacional".

Esta situação com os alegados reféns é a primeira de dezenas de supostas acções militares dos guerrilheiros das FAC inseridas nos chamados "comunicados de guerra" emitidos com regularidade onde é possível averiguar da sua veracidade através de uma observação independente.

Isto, porque nos últimos meses a FLEC, a partir do exterior, tem comunicado dezenas de operações em Cabinda com dezenas de militares das FAA "abatidos" mas sem que isso possa ser confirmado, tendo sido todos, entretanto, negados pelas autoridades angolanas.

Tanto o Chefe de Estado-Maior General das FAA, General de Exército Geraldo Sachipengo Nunda, como a governadora de Cabinda, Aldina Matilde Catembo, já negaram a existência de acções militares das FAC, enfatizando que as Forças Armadas Angolanas e a Polícia Nacional têm garantido sem interrupção a paz e a estabilidade social em Cabinda.

A última acção dos guerrilheiros de Cabinda com impacto internacional confirmado ocorreu em 2010, quando a comitiva do Togo que se dirigia para Angola onde iria participar na CAN 2010 e foi atacada, provocando alguns mortos entre o "staff" togolense.