Actualmente, embora a sua caça tenha reduzido, pouco se fala sobre este animal, exceptuando em conferências sobre a biodiversidade. Agora, sempre que se fala em baleia azul quase ninguém se lembra do animal mas sim do jogo. Este jogo viciante e que se baseia num conjunto de 50 desafios cada vez mais perigosos consistindo em actos de violência física e psicológica onde o desafio final é o suicídio. E há quem jogue até ao fim.

A expansão deste jogo pelas redes sociais atingiu dimensões internacionais e há relatos da participação de centenas de jovens em todo mundo, sendo que alguns resultaram em fatalidades. Para contrapor a expansão deste jogo têm sido divulgados avisos e chamadas de atenção e também foram criados jogos com orientações positivas como é o caso do Preguiça Azul e o Baleia Verde (O Jogo do Bem). Estes jogos propõem desafios divertidos e com dicas de boa educação e civismo.

Cá em Angola este jogo parece não ter muito sucesso pois encontrou resistência por parte dos internautas muito por culpa de outro jogo que os mantém bem ocupados, sem tempo para divertimentos, o Baleia Vermelha.

O jogo Baleia Vermelha é uma brincadeira muito divertida que nos obriga a superar vários obstáculos todos os dias. Ao contrário do Baleia Azul, que requer o cumprimento de uma tarefa diária, o Baleia Vermelha necessita da observância de várias tarefas diárias. É como passar vários níveis do jogo num só dia.

Além disso, o Baleia Vermelha é muito mais avançado, pois não precisa de software nem de Internet, apenas precisa de paciência e do espírito de sobrevivência dos seus jogadores. Por outro lado, no nosso jogo, não é preciso nenhum curador virtual, pois o nosso curador está bem identificado: é a própria baleia vermelha. É também um jogo diferente pois mistura o perigo com a alegria. Seguem alguns exemplos das tarefas diárias do afamado jogo da Baleia Vermelha made in Angola. Quem os conseguir completar poderá reclamar um prémio junto das estruturas superiores.

1. Encha o gerador com ele em funcionamento, principalmente se for a gasolina.

2. Atravesse uma rua alagada e cheia de lama nas costas de um "ajudante" e depois não pague.

3. Assista o noticiário das 20 e os debates televisivos sobre a democracia no país.

4. Oiça a música do vizinho a noite toda sem ser convidado para a festa e ainda sinta o cheiro dos grelhados a entranharem-se no seu estomago vazio. (...)

(Pode ler esta crónica integral na edição nº 483 do Novo Jornal, nas bancas, ou em digital, cuja assinatura pode pagar no Multicaixa)