O Luaxe, que contém o kimberlito denominado Luele, o terceiro maior do mundo e sem comparação com os descobertos globalmente nos últimos 60 anos, foi alvo de um acordo de investimento assinado na terça-feira, em Luanda, pelos presidentes da Endiama, António Carlos Sambula, e pelo presidente da ALROSA, Sergey Ivanov.

Ivanov já tinha estado no país há cerca de duas semanas para preparar este negócio, efectuado durante uma visita do vice-primeiro-ministro russo, Yuri Trutnev, a Angola, merecendo este empenho das autoridades russas pelo facto de se tratar de um depósito diamantífero que pode vir a duplicar a produção anula de gemas em Angola, actualmente com cerca de 9 milhões de quilates.

Agora, citado pelo site IDEX, especializado na área dos diamantes, Sergey Ivanov mostrou o seu contentamento afirmando que se trata de um kimberlito que vale pelo menos 35 mil milhões de dólares, estando o início da sua exploração estimado para 2018 ou 2019.

A escritura pública de constituição da Sociedade Mineira do Luaxe e o Memorando de Entendimento entre a Endiama e a Alrosa, identificam como parceiros na sua exploração, para além das diamantíferas angolana e russa, com 8 por cento cada, a Catoca, com pouco mais de 50 por cento, a ARTCON, com 23 e a Makakuima e a Kollur, com cerca de 5 por cento.

A ALROSA, ainda segundo Ivanov, tendo em conta a sua vasta experiência e know how, e também porque foram os seus técnicos, em colaboração com especialistas angolanos, que encontraram este "extraordinário" kimberlito que pode ter 35 mil milhões USD no seu interior,, vai ficar responsável pelo fornecimento de soluções técnicas para a sua exploração.

A intervenção da ALROSA no Luaxe vai ser orientada a partir da Catoca, o maior projecto mineiro em Angola até ao momento, e onde a diamantífera russa tem cerca de 33 por cento da quota e que vai controlar mais de 50 por cento do novo projecto, que tem no kimberlito do Luele o principal foco das atenções por representar, segundo os técnicos russos, 35 mil milhões USD em quilates prontos a extrair.

No entanto, tantos diamantes a sair para o mercado poderiam criar mais problemas que benefícios, porque, como lembrou o presidente da Endiama, aumentando a oferta estar-se-á a baixar o preço médio dos diamantes.

Carlos Sambula lembrou ainda que o início da produção do Luaxe, ou Luachi, como também é conhecido, está dependente da conclusão do estudo de viabilidade técnico-económico, que vai definir o calendário exacto da extracção do primeiro diamante em plena operação deste projecto mineiro, estando em cima da mesa como datas mais viáveis finais de 2018, início de 2019.

Mas advertiu que, devido à dimensão deste kimberlito, que vale, segundo os russos, 35 mil milhões USD, "não podem ser cometidos erros na elaboração do estudo de forma a evitar problemas no futuro", como, por exemplo, os que resultam do excesso de oferta nos mercados internacionais.