Há, contudo, outras obras que não aquecem nem arrefecem a maioria dos angolanos, pois o impacto na sua qualidade de vida é muito reduzido ou quase nulo. No entanto, há sempre alguém que beneficie de uma determinada obra, seja ela uma pequena torneirinha num beco sem saída, seja um conjunto de torneirinhas na periferia da capital.

Um dos programas do Executivo que é bastante divulgado é o "Água para Todos", em que a água é levada aos beneficiários, na maior parte das vezes, através de ligações domiciliares. Mas, como toda regra tem uma excepção, recentemente foi inaugurado um pequeno projecto que se enquadra mais no programa "Todos para a Água", já que umas torneiras foram inauguradas num beco para alimentar um sem-número de beneficiários. É uma espécie da réplica angolana do ditado "Se a montanha não vai a Maomé, vai Maomé à montanha".

Deste modo, em vez de a água ir parar às torneiras dos beneficiários, são estes que se deslocam para as parcas torneiras para obter o precioso líquido. Vai ser uma bela de uma confusão mas que para já vai deixar um sorriso nos lábios dos beneficiários, uma vez que se está a corrigir o que está mal.

(A crónica integral de Amadeu Batatinha pode ser lida na edição semanal do Novo Jornal, nas bancas, ou em digital, cuja assinatura pode pagar no Multicaixa)