Entre as "jóias" sobre rodas estavam vários modelos de grande valor e raridade, como um Lamborghini Veneno (na fotografia) que tinha um preço a rondar os 6 milhões de dólares mas foi vendido por 8,3 milhões USD.

No total, os 25 bólides valeram aos cofres suíços 23, 623 milhões de dólares norte-americanos, que vão ser integralmente doados a instituições de beneficência a trabalhar na Guiné Equatorial, país de onde o dinheiro envolvido no processo de branqueamento de capitais encabeçado por Teodorin Obiang foi subtraído de forma ilegal através de mecanismos ligados à corrupção e ao peculato.

A Guiné Equatorial, apesar de ser um dos mais importantes produtores de petróleo em África, é um dos países no topo da lista dos mais corruptos, segundo diversas organizações internacionais, e com os pores índices de desenvolvimento humano das Nações Unidas.

Apesar desta gritante discrepância entre o luxo ostentado pelo filho do Presidente Obiang, e vice-Presidente da Guiné Equatorial, cujos processos onde aparece como suspeito de actividades criminosas - Brasil, por exemplo - ou efectivamente condenado - França, por exemplo - percorrem o mapa mundi da falta de decoro, os responsáveis pelo leilão dos 25 carros de superluxo, a cargo da leiloeira britânica Bonhams, mostraram enorme satisfação pela forma como correram as vendas, ultrapassando todas as expectativas.

Entre as preciosidades estavam sete Ferraris, três Lamborghinis, cinco Bentleys, um Maserati e um McLaren F1.

O comprador dos veículos que apenas deixam o mundo dos sonhos para serem realidade nas garagens de um punhado de pessoas no Planeta, foram adquiridos por um comprador incógnito, apenas se fez representar na sala por um licitador sob comando à distância.

A raridade destes supercarros está bem patente no facto de alguns deles serem quase únicos, como o Lamborghini Veneno Roadster, que valeu 8,3 milhões de dólares, ou 7,6 milhões de euros, que há menos de 10 em todo o mundo, ou ainda um Koenigsegg One, com apenas cinco "irmãos" em todo o mundo, e que valeu pouco menos de 4,6 milhões de dólares.

Como o NJOnline explicava no Domingo, estas viaturas luxuosas ficaram apreendidas no âmbito do processo que envolveu o filho de Teodoro Obiang, de 77 anos, e seu quase certo substituto à frente dos destinos do país, porque Teodorin, de 51 anos, viu as autoridades helvéticas desistirem do processo em acordo com as autoridades de Malabo, tendo garantido que os carros teriam este destino e o resultado da venda seria entregue aos pobres da Guiné Equatorial, com as verbas a serem geridas por um organismo suíço, para evitar que voltem às mesmas mãos.