O "shutdown" que manteve o Governo do EUA e as suas agência federais parcialmente inactivas nas últimas semanas, resultou de um finca-pé entre Republicanos e Democratas por causa de uma verba exigida por Donald Trump, cerca de 5,7 mil milhões de dólares, para financiar o muro entre os EUA e o México.

Os Democratas recusavam, e mantém essa posição, aprovar o financiamento do muro, o que resultou num impasse que levou à não aprovação do orçamento para manter as portas do Governo abertas, mas, depois de mais de 40 dias de braço-de-ferro, os dois partido0s chegaram a um entendimento: aprovaram uma verba de 1,4 mil milhões USD para satisfazer Trump.

Este aceitou, mesmo que esse montante não chegue para erguer o seu muro, justificando que o faz porque não quer manter sem salários os funcionários públicos, onde estão milhões de apoiantes seus que o elegeram há dois anos e podem ser fundamentais para as eleições de 2020, onde vai estar de novo na corrida à Casa Branca.

Porém, a história está longe de ter chegado ao fim. Donald Trump já ameaçou que vai declarar "emergência nacional", que alude à existência real de um perigo para a soberania nacional, por forma a poder usar poderes extraordinários que lhe permitem passar por cima do Congresso para garantir a segurança dos EUA através da construção da muralha entre o México e o sul dos Estados Unidos.

Recorde-se que a construção do muro entre os EUA e o México foi uma das principais promessas eleitorais de Trump mas que, ao longo dos últimos dois anos, foi alvo de vários estudos que apontam para a inexistência de garantias de que tal obra possa levar a uma diminuição do fluxo de imigrantes ilegais da América Central para os Estados Unidos.