A UNITA, que se absteve, referiu, pela voz de Raúl Danda, que nem o Governo nem o BNA foram capazes de dizer aos angolanos porque vão gastar tantos milhões de dólares para a emissão de novas notas, tal como não foram capazes de dizer qual será a massa monetária que pretendem pôr em circulação.

"Numa altura em que o país rasteja, ao que se diz sem recursos para fazer coisa nenhuma, é mesmo oportuno, urgente e prioritário gastar milhões na emissão de novas notas; milhões que poderiam servir para alguma comida na mesa do cidadão, algum medicamento para lhe assegurar uma nesgazinha de saúde, alguma água para mitigar a sede, um tecto para protege-lo das intempéries?", perguntou o deputado.

Para a UNITA, a emissão das novas notas visa apenas acudir a "um capricho": O de apagar o ex-Presidente José Eduardo dos Santos dessas notas.

"É óbvio que isso até nos agrada. Basta olhar para as recordações de fraudes eleitorais, corrupções e outros males protagonizados pelo engenheiro, que também era arquitecto, cujas consequências, terrivelmente nefastas, não nos largam, nem de dia nem de noite", afirmou Raul Danda.

"No entanto, é também verdadeiro que Angola não pode continuar a ser gerida sob o impulso de caprichos e mimos deste ou daquele. Os mimos deviam ficar apenas com quem os tem. E, por favor, não tragam as vossas lutas particulares para o palco colectivo", acrescentou o deputado.


O vice-governador do Banco Nacional de Angola, questionado sobre quanto o BNA irá pagar pela emissão de novas notas, apenas afirmou que todos os anos haverá "necessidades específicas", considerando "que não tem nenhum interesse" o BNA dizer "isto agora".

Segundo o vice-governador do BNA, a emissão desta nova família de kwanzasn visou garantir novos elementos de segurança e de proteção.

Já a deputada do MPLA, Idalina Valente, declarou que o seu grupo parlamentar está consciente desta alteração da moeda, porque está tecnicamente comprovado que qualquer moeda, após sete anos de circulação, fica muito mais vulnerável quer à falsificação quer à contrafacção das suas marcas de segurança, considerando que "uma situação desta natureza periga a tão almejada estabilidade macroeconómica".

Benedito Daniel, do Partido de Renovação Social (PRS), disse que votou a favor da lei, por considerar que qualquer país deve dispor de cédulas monetárias seguras, que não possam ser contrafeitas, conferindo assim "alguma estabilidade" à economia do país.

O deputado Alexandre Sebastião André, da CASA-CE, transmitiu que foi por razões técnicas e de segurança que aquele grupo parlamentar votou a favor, tendo ainda em consideração as quantidades de kwanzas falsos descobertos recentemente em contentores.

O BNA vai emitir e colocar em circulação notas de 200, 500, 1.000, 2.000, 5.000 e 10.000 kwanzas.