Depois de quase duas semanas em greve no mês de Janeiro, interrompida devido ao reatar das negociações com a administração, o Sindicato dos Trabalhadores dos CFL anunciou agora que apenas uma pequena parte, menos de 20% do caderno reivindicativo foi considerado e, po4r isso, o regresso à greve é a única alternativa que resta.

No entanto, o sindicato já sabia, como o presidente do conselho de administração do CFL, Júlio Bango, informou logo após a paralisação de Janeiro, a empresa permanece sem capacidade para corresponder à principal exigência dos ferroviários: um aumento de 80 por cento no salário.

A greve, segundo disse à Lusa o secretário para informação do Sindicato dos Trabalhadores do CFL, Lourenço Contreiras, esta retoma da greve resulta do incumprimento do prazo combinado com a administração para responder às reivindicações inseridas no caderno reivindicativo entre pelo sindicato.

"Os trabalhadores acharam por bem retomar a greve na quinta-feira, porque não foram satisfeitos os pontos que constavam no caderno reivindicativo, nem mesmo com a moratória que demos ao conselho da administração foi cumprido o tempo", explicou o sindicalista.

"O conselho não cumpriu nem sequer a 20% dos pontos apresentados no caderno reivindicativo, então, reunidos em assembleia, os trabalhadores decidiram que retomemos a greve já a partir do dia 18", disse ainda o sindicalista.

Entre as exigências dos trabalhadores dos CFL estão 19 pontos, encimados pelo aumento de 80 por cento no salário, que a empresa não vai poder suportar sem que, como disse o seu PCA, sejam encontradas novas formas de arrecadação de receitas através de novos serviços, que podem passar pelo transporte de combustíveis ou minerais noutras linhas e destinos além dos que já existem, como é o caso do transporte de combustíveis para Malanje acordado com a Sonangol.

Recorde-se que a administração dos CFL já defendeu que respondeu positivamente a 18 dos 19 pontos do caderno reivindicativo do sindicato, faltando apenas o aumento salarial em 80 por cento.

Face a isso, uma greve, que gerou em Janeiro cerca de 2 milhões de kwanzas de prejuízos diários, enfraquece ainda mais a solidez financeira e acrescenta dificuldades.