Perante o colectivo de juízes presente na sala de audiência, os réus revelaram que quando foram ouvidos na fase de instrução preparatória na Procuradoria Militar junto do Comando-geral da Polícia Nacional (PJM), foram obrigados a assinar as declarações, alegando que as mesmas foram forjadas pelos investigadores da Polícia Judiciária Militar (PJM) e por efectivos da inspecção da Polícia Nacional (PN).

"Senhor juiz, eu não aceito estas declarações que estão escritas em acta, pois não coincidem com a verdade", disse o réu Veloso Moisés, revelando que quase lutou com os investigadores e com os efectivos da inspecção do Comando-geral da PN.

Já o réu Belchior Cussendalo Vemba, garantiuao tribunal que a sua assinatura nos autos foi adulterada.

"Na data em que fomos convocados pela PJM, não assinei conforme consta nos autos. E nem falei o que está escrito nestas folhas", assegurou, salientando que estão a ser julgados por um crime que não cometeram e não faziam parte deste esquema fraudulento que envolve o comissário Massota e a agente Elizandra Tomás.

Durante a discussão na sala de audiência, os defensores oficiosos dos réus protestaram junto do juiz pelo facto de os réus serem ouvidos na Procuradoria Militar na ausência dos defensores oficiosos.

Sobre isso, o juiz considerou que os investigadores da PJM e os efectivos da PN, colocados na inspecção, deverão ser convocados pelo tribunal para prestarem declarações sobre esta contenda no acto de instrução processual.

"Eles (os investigadores da PJM e os efectivos da PN, colocados na inspecção) vão ser convocados pelo tribunal para virem esclarecer esta confusão porque não podemos continuar com o julgamento com declarações adulteradas conforme os réus afirmam", disse o juiz, tenente general Domingos Salvador.

Devido à discussão entre os defensores oficiosos e magistrados, por causa das declarações que os réus alegam ser forjadas, o juiz decidiu cancelar a audiência para a próxima terça-feira, 30, com a presença dos investigadores da PJM e dos efectivos da inspecção.

De recordar que os réus acima citados estão a ser julgados por crime de conduta indecorosa.