A informação foi avançada hoje, 16, ao NjOnline, pelo director do gabinete de comunicação institucional e imprensa da Comissão Administrativa da Cidade de Luanda.

Francisco Alexandre disse que a "Operação Resgate" visa fundamentalmente acabar com a venda desordenada a nível do município de Luanda.

"Começámos, nesta zona dos congolenses, uma acção que se vai estender, nesta primeira fase, em três distritos, nomeadamente Rangel, Sambizanga e Neves Bendinha. Como é do conhecimento geral, as pessoas têm transformado esses locais numa autêntica praça e é a essa situação que a Comissão Administrativa da Cidade de Luanda está a pôr fim".

Segundo o porta-voz da Comissão Administrativa da Cidade de Luanda, essa acção será definitiva, e não paliativa, como tem vindo acontecer.

"Infelizmente, noutras ocasiões nós levávamos a cabo essas acções e, no dia seguinte, os vendedores voltavam a comercializar nesses locais. Mas agora será definitivo", disse, acrescentando que " esta é uma acção para continuar, com vista a dar à cidade de Luanda a dignidade que ela merece".

De acordo com Francisco Alexandre, a Comissão Administrativa da Cidade de Luanda vai continuar com essa operação, de forma a convencer as pessoas que efectivamente essa prática é errada.

"Nesta zona nem as pessoas nem os automobilistas conseguiam circular por causa das vendedoras, que transformaram este local num autêntico mercado", salientou.

Moradores da zona mostraram-se satisfeitos, mas apelaram para que seja definitiva

Várias pessoas que moram nos arredores do mercado mostraram-se satisfeitas com esta medita da Comissão Administrativa da Cidade de Luanda, mas esperam que, desta vez, seja definitiva.

Arlindo Marcos e Sílvio Miguel são moradores da zona e contaram ao NJOnline que não é a primeira vez que tal situação ocorre com estes vendedores. Desta vez esperam que a mesma resulte.

Pedro Miguel, de 69 anos, residente há 40, diz que a saída definitiva destes vendedores é satisfatória para os moradores e automobilistas que diariamente usam esta via.

"Isto é rua e não mercado, existem mercados próprios que o Estado construiu, nós, como moradores, não nos sentimos à vontade com estas pessoas a comercializarem aqui nos nossos portões. Tomara que não seja como tem sido, deixam de manhã mas retornam à noite", contou.

Vários automobilistas ouvidos pelo NJOnline contaram que esta é uma medida acertada do Governo, pois esperam que definitivamente estes vendedores, "que só impedem a mobilidade do trânsito e das pessoas, não retomem as vendas, para o bem de todos".

"Aqui é sempre assim, correm com as zungueiras hoje, e, amanhã, já estão elas outra vez a vender à vontade, sem ninguém a fazer pressão. Esperamos que as autoridades sejam rigorosas, como estão agora a mostrar", disseram.

Já o subcomissário Eduardo Diogo, comandante do município de Luanda, disse que a "Operação Resgate" está ser levada a cabo no âmbito do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional, com vista a pôr termo à venda desordenada na cidade de Luanda.

"No que depender de nós, no município de Luanda, não vai haver vendas desordenadas, porque pretendemos atacar estas zonas onde estes vendedores fazem das suas e vamos devolver a circulação de viaturas e de peões de forma tranquila nessas zonas".

"Vamos ter patrulhas e fiscalização permanentes para fazer com que a situação não volte a acontecer, e quem insistir em vender vai sentir a mão pesada da lei das transcrições administrativas", referiu o subcomissário.

De acordo com Eduardo Diogo, os vendedores que viram os seus negócios apreendidos devem reclamar, no prazo de 90 dias, com documentação, junto da fiscalização a nível do distrito urbano do Rangel, para reaver os seus bens. E acrescentou "os produtos que não forem reclamados com documentos, no fim dos 90 dias serão revertidos a favor do Estado".

Os vendedores mostram-se incorformados com esta medida do Governo e exigem que lhes seja destinado um mercado para que possam continuar a vender os seus produtos.

É importante referir que o mercado dos congolenses já não tem espaço, e, na zona não existe mais nenhum mercado.