A notícia divulgada hoje pela agência Angop cita camponeses e responsáveis de fazendas da localidade de Kaculo Kahenda, no Bula Atumba.

Em declarações à agência noticiosa angolana, o proprietário da fazenda Ngongo, Manuel Mussengue, manifestou a sua preocupação, salientando que os elefantes invadiram os 50 hectares de terra preparados para a presente época agrícola.

Segundo o fazendeiro, a situação é preocupante porque prejudica a situação alimentar de viúvas e ex-militares trabalhadores naquela fazenda.

Outra camponesa, Maria Maze, disse que os elefantes arrasaram boa parte da sua produção de mandioca, banana, limão e amendoim, receando que essa situação venha a provocar uma escassez alimentar na localidade.

Sobre a situação, o director provincial da Agricultura no Bengo, Faustino Gonga, pediu aos camponeses maior vigilância, aconselhando-os a realizarem queimadas, colocarem cercas de arame farpado e ruídos para afugentar aqueles mamíferos.

Já o administrador municipal adjunto de Bula Atumba, José Vieira, solicitou a intervenção dos fiscais do Instituto de Desenvolvimento Florestal para afastarem os elefantes.

José Vieira frisou que até ao momento, o conflito entre elefantes e humanos não causou nenhuma vítima mortal.

A disputa territorial entre elefantes e o homem começou com o fim da guerra em Angola em 2002, altura em que aqueles mamíferos começaram a retornar ao espaço há muito frequentado por eles e agora ocupado pela população.

Na zona sul da província do Bengo está localizado o Parque Nacional da Kissama, que em 2001, numa operação levada a cabo pela Fundação Kissama e denominada "Operação Arca de Noé", foi repovoado com várias espécies animais, especialmente elefantes, provenientes da África do Sul e Botsuana.

Lusa / Novo Jornal