Uma delegação multissectorial, chefiada pelo ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, deslocou-se no último fim-de-semana à zona Sul de Luanda, para avaliação dos estragos causados por actos de vandalismo a equipamentos da ENDE e da EPAL.

A visita permitiu aos responsáveis constatar a destruição de dezenas de equipamentos, como postos de transformação e armários de distribuição de energia, especialmente aliciantes para os ladrões de cobre e de alumínio.

"O grau de destruição é de tal ordem e persegue um determinado objectivo e aproveitamento, sobretudo no que toca ao cobre, que não parece obra da própria empresa", considerou o presidente do Conselho de Administração (PCA) da ENDE, Francisco Talita, reconhecendo que já houve incidentes com suspeitas de envolvimento de funcionários da companhia, entretanto alvo de processo disciplinar.

Em declarações à Angop, o PCA adiantou que, em relação aos últimos ataques às infra-estruturas da empresa, ocorridos no município de Belas, a investigação aponta para a actuação de um grupo de estrangeiros, tendo já sido detidos um costa-marfinense, um guineense e três congoleses.

Igualmente presente na comitiva, a administradora da EPAL Lisete Pascoal lamentou os estragos causados nas condutas e caixas de água, que afectam sobretudo o abastecimento da cidade do Kilamba.

Segundo o balanço dos prejuízos, a EPAL perde diariamente 9 milhões de kwanzas devido ao garimpo e ligações anárquicas.

A empresa explicou ainda que, apesar de ter soldado as tampas, as condutas são sistematicamente abertas, colocando-se no local tubagem para desvio da água.

Considerando toda a província de Luanda, os distritos da Maianga, Kilamba Kiaxi e Samba, bem como os municípios de Luanda, Viana e Belas, são apontados como as áreas com mais casos de garimpo ou ligações clandestinas de água potável.