Segundo o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Técnicos de Justiça e Administrativos da Procuradoria-Geral da República de Angola, Elias Pinto, em declarações à agência Lusa, a greve foi decidida no último sábado, durante a assembleia extraordinária dos funcionários da PGR.

"A assembleia aprovou a paralisação dos trabalhos na Procuradoria a partir do dia 10 de Julho e a mesma vai decorrer durante 15 dias úteis de trabalho", avançou o responsável, acrescentando que a declaração de greve será entregue hoje à direcção.

Para além de exigirem melhores condições de trabalho, aumentos salariais, promoções e reconversão de categorias, os funcionários acusam o Procurador-Geral da República de "falta de transparência e diálogo".

Elias Pinto lembra que os trabalhadores aguardam, há mais de 15 anos, pela transição do regime jurídico e das respectivas promoções, situação que mantém funcionários entretanto licenciados a trabalhar no sector da limpeza.

"As razões da nossa greve são claras e o patronato sabe de facto das nossas preocupações, porque elas estão bem enumeradas no caderno reivindicativo, mas infelizmente somos colocados de lado", lamentou o sindicalista.

Recorde-se que o primeiro aviso de greve no Ministério Público remonta a Abril, tendo sido suspenso no âmbito de negociações com o patronato.

Na altura, o Procurador-Geral da República, João Maria de Sousa, disse que estava a ser realizado um estudo, sob orientação do Governo, para estudar as formas de se atender às reivindicações, sublinhando que as soluções para as mesmas não dependem daquele órgão de justiça, mas de outras instituições, como o Ministério das Finanças.

A paralisação dos funcionários do Ministério Público junta-se à greve no Supremo Tribunal, convocada para esta semana - de 3 a 7 de Julho - e para os dias 17 a 21 de Julho.