Estas declarações foram feitas pelo PGR no âmbito da cerimónia de apresentação de cumprimentos de fim de ano, onde fez saber que a verba avançada de 5 mil milhões USD representa bens e dinheiro, a maior parte proveniente da solicitação de apreensões às autoridades judiciais de países como a Suíça, Portugal ou Reino Unido, entre outros.

Hélder Pitta Grós deixou ainda no ar a possibilidade de haver perseguição judicial a Edeltrudes Costa se surgirem razões bastantes para que tal suceda, depois de o chefe de gabinete de João Lourenço ter sido alvo de uma denúncia em reportagem da TVI, canal de TV português, que aponta a este a responsabilidade de um desvio na ordem dos 20 milhões USD.

Este caso, recorde-se, envolve suspeitas de que uma empresa de consultoria de Edeltrudes Costa foi contratada num negócio de modernização dos aeroportos do País.

"Nós estamos também a ver o que se passa para podermos esclarecer devidamente o que é que aconteceu, porque muitas vezes não basta denúncia pública, é necessário que esta denúncia venha acompanhada de mais alguns dados que nos permitam trabalhar com uma certa certeza, quando assim não é temos que ir atrás para podermos ver se de facto há ou não uma prática ilícita", afirmou Hélder Pitta Gróz, questionado pela Lusa.

Nestas declarações, segundo a Angop, Pitta Grós destacou ainda que existem mais de 1.500 processos relacionados com actividades criminosas na área económica e financeira, nomeadamente peculato, branqueamento de capitais, recebimento indevido de vantagens, participação económica em negócio, corrupção activa...

Nestas declarações aos jornalistas, depois da intervenção oficial, admiti que não tem sido feito mais por falta de meio, porque há muito mais para fazer.

Em relação aos processos crimes dos generais Hélder Vieira Dias " Kopelipa " e Leopoldino do Nascimento, precisou, adiantou a Angop, que estão na fase de instrução preparatória, realçando que todo o esforço está a ser feito para sua conclusão, a breve trecho.

Quanto ao processo-crime do deputado Higino Carneiro, disse que o mesmo dossier encontra-se em Tribunal, que deverá se pronunciar sobre o julgamento.

Sobre o processo de Manuel Vicente, antigo vice-presidente da República, adiantou que o mesmo (processo) está, ainda, em segredo de justiça, mas em tratamento.

Questionado sobre o processo da Buil Angola e Jefram, disse que, também, estão a trabalhar para o desfecho destes processos.

Ainda nestas declarações, citado pela Lusa, Pitta Grós lembrou que "as pessoas dizem muitas coisas" e que, por isso, não é possível "estar a trabalhar de acordo com aquilo que as pessoas dizem" mas sim "de acordo com as capacidades, de acordo com os meios técnicos e humanos que e, portanto, não se pode dar resposta à tudo ao mesmo tempo".

O Procurador-Geral da República de Angola negou igualmente a existência de processos selectivos no organismo que tutela, observando que "já houve uma diversidade de processos que foram instruídos e que estão em tribunal".