"A Comissão encarou com preocupação o estado das vias de acesso e das pontes que dão acesso à localidade de Lopitanga e solicita a intervenção urgente dos órgãos da administração do Estado para a solução do problema", disse ao NJOnline o porta-voz da UNITA.

Alcides Sakla lembrou que o futuro túmulo de Jonas Savimbi já está a ser construído para que a transladação dos seus restos mortais, já exumados no Luena, província do Moxico, sejam enterrados no Lopitanga, a sua terra natal, que dista escassos quilómetros do Andulo, na província do BIé.

O presidente da UNITA, Isaías Samakuva, dirigiu, na terça-feira, uma reunião de trabalho com as diferentes subcomissões das exéquias do líder histórico e fundador do partido do "Galo negro".

Esta reunião serviu para o líder da UNITA se inteirar do processo que, recorde-se, está actualmente afectado pela demora na chegada dos resultados dos testes laboratoriais feitos em Portugal, África do Sul e em Angola, ao ADN das ossadas exumadas no Luena para comprovar que se trata dos restos mortais de Savimbi.

"Nesta reunião foi considerado positivo o estado dos preparativos das cerimonias de transladação que vão decorrer em data a anunciar oportunamente", disse ainda Sakala ao NJOnline.

Ontem, ao NJOnline o porta-voz do partido, Alcides Sakala, e Ernesto Mulato, coordenador da Comissão das Exéquias nomeado pelo "Galo Negro" garantiram que a UNITA, contrariamente ao que tinha sido noticiado por diversos media nacionais e internacionais, ainda não recebeu oficialmente quaisquer resultados dos laboratórios onde estão a ser realizados os testes de ADN às ossadas colhidas no cemitério do Luena, Moxico, que deverão confirmar, ou não, se trata dos restos mortais de Jonas Savimbi.

Com o passar dos meses após a recolha de amostras para a confirmação laboratorial das ossadas de Jonas Savimbi, os atrasos na conclusão dos testes vão-se acumulando e levaram mesmo à alteração do calendário previsto para as cerimónias de transladação dos restos mortais do histórico líder da UNITA para Lupitanga, no Andulo, Bié, a sua terra natal.

As amostras para a realização de testes laboratoriais para confirmar que Jonas Savimbi foi sepultado no Luena, Moxico, em 2002, após ter sido abatido em combate, foram colhidas a 31 de Janeiro deste ano e enviadas para a África do Sul e Portugal, tendo outra sido analisada em Angola, esperando-se que a 25 de Fevereiro já fossem conhecidos, mas, dois meses passados desse prazo, a UNITA ainda não sabe se aqueles restos mortais pertencem mesmo ao seu líder histórico e fundador.

Até ontem, como Alcides Sakala confirmou ao NJOnline a 27 de Fevereiro, o que se sabe é que a deterioração dos restos mortais encontrados no túmulo onde se crê que as tropas governamentais enterraram Savimbi, após ter sido abatido em combate, a 22 de Fevereiro de 2002, estão a dificultar os testes periciais.

"Pelo facto de o corpo estar há mais de 15 anos sepultado, os especialistas estão a encontrar enormes dificuldades para os concluírem", disse Sakala nessa data.

Recorde-se que o inspector-geral da Saúde, Miguel dos Santos de Oliveira, que integrou a missão que foi ao Moxico para acompanhar e realizar, a 31 de Janeiro, a exumação dos restos mortais, disse, na ocasião, que o processo de confirmação laboratorial poderia levar entre 20 e 25 dias.

Face a estes problemas de natureza técnica, poderá, segundo Sakala, esteve mesmo a ser equacionada uma mudança de planos e os exames conclusivos serem realizados noutros laboratórios, nomeadamente dos EUA, Suíça e Argentina.

Uma das questões sublinhadas pelos dirigentes da UNITA e pelos seus familiares é que antes de serem efectuadas as cerimónias fúnebres na sua terra natal é determinante obter os resultados dos testes que provam que aqueles são efectivamente os restos mortais de Jonas Malheiro Savimbi.

Recorda-se que o líder da UNITA, Jonas Savimbi, foi morto em combate a 22 de Fevereiro, perto de Lucusse, na província do Moxico, após uma longa perseguição efectuada pelas Forças Armadas Angolanas.