Esse contrato é com a consultora norte-americana de aviação, The Wiks Group (TWG), especializada na obtenção de autorizações e certificados impostos pelo Governo dos EUA para o início das operações das companhias aéreas estrangeiras para os aeroportos dos Estados Unidos.

A TWG tem, no seu cartão de visita, uma longa experiência a lidar com as agências norte-americanas que fazem a regulação da actividade aérea comercial, com destaque para o Departamento de Transportes, cuja acção é semelhante a do Ministério dos Transportes, e, entre outros organismos, as administrações federais de Aviação e de Segurança, incluindo as questões relacionadas com o Departamento de Defesa, apoiando ainda as transportadoras na elaboração do processo regulatório.

No fim da linha de toda este processo, se for concluído com sucesso, a TAAG deverá ser autorizada a fazer voos directos entre Angola e os EUA, tendo de contar, para isso, com um certificado com a prova da classificação de segurança operacional adequada.

A contratação desta empresa norte-americana, que foi criada em finais da década de 1990, com sede em Washington e com um forte curriculo a gerar influência nos corredores do Governo dos EUA, contando ainda com pergaminhos sólidos na ajuda a dezenas de companhias para iniciarem as suas operações regulares para os EUA, teve a intervenção do ministro dos Transportes, Ricardo Abreu, e do director geral do INAVIC, Gaspar Santos.

A segurança

As questões de segurança têm estado, ao longo dos anos, por detrás dos maiores constrangimentos da operadora angolana de bandeira, tendo a proibição de voar para a Europa, em 2007, sido um dos mais graves, porque retirou a TAAG da sua principal rota, para Portugal, onde tinha uma dezena de voos semanais.

Este problema só foi ultrapassado na totalidade anos depois, tendo,, todavia, regressão aos voos para Lisboa em 2009, mas sob a condições de serem voos de teste, unicamente autorizados pela União Europeia para a capital portuguesa.

Foi em Junho de 2008 que a TAAG foi confirmada como podendo voar, embora com restrições, porque não foi returada da denominada "lista negra" europeia, para destinos europeus, por cumprir satisfatoriamente as normas da Convenção Internacional da Aviação Civil e da Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA).

Com esta nova realidade, como o presidente da Comissão Executiva da TAAG, Rui Carreira, afirmou em entrevista recente à Angop, a companhia pretende alargar os seus horizontes com novas rotas para Londres, Paris e EUA, embora estes voos dependessem da chegada de novos aviões que não serão adquiridos tão cedo por imposição do FMI e por ordem do Presidente da República.

Nessa entrevista, Rui Carreira confirmou, porém, a abertura dos voos para Cabo Verde, Ilha do Sal, tentando fazer a ponte Sal/Havana, já a partir de Abril, com dois voos semanais, inicialmente, em Junho será a vez da rota para Lagos, na Nigéria.

Mas nem tudo são rosas no futuro da TAAG. Primeiro, porque a anulação da encomenda de novos aparelhos à Boeing e à Bombardier deitou por terra o plano de iniciar voos para Londres e Paris, na Europa, e porque uma auditoria realizada já este ano pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), centrada nas questões operacionais (segurança e interferência ilícita na empresa) e de organização, onde foram detectadas diversas falhas que podem comprometer os planos da operadora.

Rui Carreira admitiu, após essa auditoria, que "foram detectadas algumas não conformidades", estando estas protegidas pelo contrato de confidencialidade entre a TAAG e a IATA, mas com um prazo estabelecido para que a TAAG apresente um plano de correcção e para a sua aplicação, tendo prometido que esses problemas seria divulgados a seu tempo.

O gestor da TAAG disse que o mês de Abril, em que estamos, seria a data natural para a IATA confirmar que a companhia "mantém a qualidade de membro na sua plenitude", admitindo, todavia, que "se não conseguir atingir os 100%, não perderá a qualidade de membro, mas perde alguns privilégios comerciais, e, ainda assim, é, também, dado um tempo para a correcção".