Em nome da honra e do bom nome do primeiro Presidente "e dos seus companheiros que libertaram Angola, de armas na mão", a Fundação Dr. António Agostinho Neto informa, através de um comunicado, que vai contestar na Justiça o livro de Carlos Pacheco, descrito na mensagem como um "antigo comando colonial português em Angola e Moçambique".
Classificando de "doentia e irresponsável" a tese defendida nos dois volumes de "Agostinho Neto - O perfil de um ditador. A História do MPLA em carne viva", a Fundação defende que o livro está "recheado de delírios reaccionários e de inverdades insanas", que acusam Agostinho Neto "de práticas e de actos sem apresentar uma única prova factual ou documental".
O comunicado insiste na ideia de que o livro, "alegadamente encomendado por alguém", pretende "conspurcar, mesmo após a sua morte, o bom nome do Dr. António Agostinho Neto e denegrir o seu carácter, para arrasar a sua reputação e o rebaixar ao nível dos que assinaram a comenda e que traíram Angola".
Além do ataque ao herói nacional, a Fundação contesta a tentativa do autor do livro de "reduzir a luta armada de libertação nacional a um filme de terror e a um somatório de crimes e de mortes executadas pelo MPLA e pelos seus líderes".
"Muitos ofereceram a sua vida e não puderam beneficiar da cidadania, da liberdade e das oportunidades de um país independente. Não permitiremos que agora sejam desonrados e desqualificados como um bando qualquer, entre outros rótulos caluniosos", reforça o comunicado, invocando ainda a credibilidade granjeada pelo líder histórico.
"O prestígio nacional e internacional alcançado pela liderança do Dr. António Agostinho, o seu inefável amor ao povo, a sua incorruptível honestidade, o alcance da sua visão estratégica, a sua vontade férrea de combater os abutres vorazes e a continuação solidária da luta para libertar a África Austral e criar um bloco regional que alterou a correlação de forças mundiais, é um valor que perdura na memória dos angolanos e dos africanos", assinala a Fundação.