Qual foi o grande objectivo que o impulsionou a fazer o filme sobre Mário Pinto de Andrade?

O principal motivo foi honrar uma pessoa ou figura que descobri há mais de 40 anos. Pela primeira vez, tive contacto com o dossier sobre Mário Pinto de Andrade, no início dos anos 70, em Los Angeles, onde li, através da revista cubana, mas numa tradução em inglês, um texto de Mário Pinto de Andrade sobre a cultura e os movimentos de libertação, nomeadamente a relação entre a literatura e a cultura brasileira, bem como a importância da cultura brasileira para Angola, para os movimentos de libertação e para uma consciência afro da cultura.

Na sequência disso, o texto ficou, de alguma maneira, dentro de mim. Foi um texto que me acompanha em toda a vida, e, portanto, estou muito contente por estar em Luanda e estar aqui a apresentar o filme. Mário Pinto de Andrade foi uma referência para uma geração de afro-americanos, alguém que pensou na relação entre a cultura e os movimentos políticos e de libertação.

Sabemos que vive, neste momento, em Portugal. Qual é o feedback que tem dos angolanos, sobretudo, e dos africanos, de modo geral, desde que lançou o documentário?

Durante a preparação do filme, contactei muitos jovens activistas angolanos, fiz muitas entrevistas e tive várias conversas. O filme foi muito bem recebido no primeiro screening - primeira vez que foi exibido no cinema São Jorge, em Lisboa, principalmente pelos afrodescendentes que têm uma enorme curiosidade sobre a História de Angola e Mário Pinto de Andrade, para além de quererem saber mais sobre os ideias que guiavam homens como Mário Pinto de Andrade e àquela geração, até para perceberem melhor sobre o que se passa hoje.

Leia este artigo na íntegra na edição semanal do Novo Jornal, através de assinatura digital, pagável no Multicaixa. Siga o link: https://reader.novavaga.co.ao/