As detenções ocorrem em diversos bairros e municípios, e estão a ser efectuadas pelas forças de defesa e segurança no âmbito de investigações dos recentes tumultos que o País registou, e que resultaram em 30 mortes, centenas de feridos e mais de 1.500 detidos.

Depois do presidente e do vice-presidente da Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA), Francisco Paciente e Rodrigo Luciano Catimba, respetivamente, o SIC deteve esta segunda-feira,11, os líderes da Associação de Taxistas de Angola (ATA), Francisco Eduardo, da Cooperativa de Táxis Comunitários de Angola (CTCA), Rafael Inácio, e da Cooperativa dos Taxistas e Motociclistas Freitas (CTMF), António Alexandre Freitas, por suposta incitação à violência, apologia pública de crime, rebelião e terrorismo.

Já nos dias dos protestos, as forças de defesa e segurança detiveram, só em Luanda, 1.214 cidadãos.

O Novo Jornal apurou junto da Direcção de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP), órgão de investigação da PN, que a polícia continua à caça de cidadãos alegadamente envolvidos directamente nos tumultos, que estão foragidos.

Seguindo a DIIP, as detenções continuam, assim como as investigações para a responsabilização dos implicados nos actos de arruaça, sabotagens e pilhagem de bens públicos e privados.

Quintino Ferreira, porta-voz da DIIP, disse que estão a ser capturados alguns cidadãos e levados à justiça para a responsabilização que se impõe.

A DIIP não avançou número de novos detidos, mas assegurou que "continuam a ser caçados os envolvidos que agora fogem da justiça".

"Continuamos a deter e a investigar os jovens que sabotaram, pilharam lojas e destruíram bens alheios e públicos para serem responsabilizados", disse.

Entretanto, o Novo Jornal apurou que em muitos bairros jovens estão a ser detidos à luz do dia, acusados de estarem envolvidos nos tumultos durante a paralisação dos taxistas.

Sob a acusação de terrorismo e financiamento de terrorismo, e outras imputações, estão igualmente detidos dois cidadãos russos, de 38 e 64 anos, assim como três nacionais, entre os quais o secretário nacional da mobilização da Juventude Unida Revolucionária de Angola (JURA), organização juvenil da UNITA, e o jornalista Carlos Tomé, da Televisão Pública de Angola (TPA).

O Novo Jornal soube que estes cidadãos foram levados esta segunda-feira para o juiz de garantias, sob fortes medidas de segurança, para a aplicação da medida de coação pessoal, depois de o Ministério Público (MP) ter requisitado as suas detenções, e que esta terça-feira prossegue o interrogatório do juiz de garantia, que deverá decidir se estes acusados se mantêm presos ou não.

Sobre a detenções dos cidadãos russos, em Luanda, a Embaixada da Rússia em Angola, contactada pelo Novo Jornal, ainda não se pronunciou.