Reagindo ao violento confronto entre as comunidades da etnia Mucubal contra os Nhaneca-Umbi, Mucuando e Muquilengue-Muso, ocorridos domingo, 17, na localidade do Mulovei, município das Cacimbas, o partido de Abel Chivukuvuku defendeu o reforço das medidas de segurança preventiva.

Nesta posição, esta força política recente pede ainda justiça imparcial e célere de forma a responsabilizar os autores dos crimes e restaurar a confiança entre as comunidades.

Recomenda ainda ao Governo da província do Namibe, que, em coordenação com o Executivo central, promova o diálogo intercomunitário inclusivo, envolvendo líderes locais, autoridades tradicionais, igrejas e organizações da sociedade civil.

"Que se avance para uma estratégia de desenvolvimento comunitário integrada, com soluções sustentáveis para a gestão da terra, do gado e da agricultura, reduzindo as tensões socioeconómicas que alimentam os conflitos", diz o comunicado do PRA-JA Servir Angola.

De acordo com a formação política recentemente reconhecida pelo Tribunal Constitucional (TC), "as causas profundas do conflito, nomeadamente a disputa pela água, por terras agrícolas e pastoris, devem ser tratadas com seriedade, transparência e diálogo estruturado entre as comunidades".

O PRA-JÁ defende a necessidade de se "envolver as autoridades tradicionais no processo de pacificação, pois desempenham um papel fundamental na mediação e promoção da convivência pacífica".

Refira-se que, um violento confronto entre as comunidades da etnia Mucubal contra os Nhaneca-Umbi, Mucuando e Muquilengue-Muso, ocorridos domingo, 17, na localidade do Mulovei, município das Cacimbas, na província do Namibe, resultaram em pelo menos 12 mortos.

De acordo com uma nota do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB), a tragédia foi ocasionada pela procura de pasto e água para o gado bovino e caprino, em consequência do fenómeno de seca que o município das Cacimbas atravessa.

A rixa, com recurso a objectos corto-contundentes (catanas, flechas, facas e cassetetes), resultou na morte de oito pessoas da etnia Nhaneca, duas do Mucuando e igual número dos Muquilengue-Muso.

Os restos mortais foram transladados para a morgue do Hospital Municipal do Camucuio, sete dos quais, foram, posteriormente, transferidos para o Município da Bibala, por insuficiência de espaço.