Durante as detenções, os efectivos da DNIAP, que viajaram propositadamente de Luanda para o Kuando-Kubango, descobriram e apreenderam "avultadas somas em kwanzas" que se encontravam guardadas num contentor.

Álvaro João, o porta-voz da Procuradoria-Geral da República (PGR), em declarações à Rádio Nacional de Angola (RNA), confirmou a detenção dos mais de 20 envolvidos no processo e salientou que depois de serem ouvidos, lhes foi aplicada a medida de coação de prisão preventiva.

Em Maio último, a PGR anunciou, que foi aberto um processo que envolve oficiais das Forças Armadas Angolanas afectos à Casa de Segurança do Presidente da República, por suspeita dos crimes de peculato, retenção de moeda, associação criminosa e outros.

A nota da PGR frisava que, no âmbito do processo, foram apreendidos valores monetários "em dinheiro sonante, guardados em caixas e malas, na ordem de milhões, em dólares norte-americanos, em euros e em kwanzas, bem como residências e viaturas".

O chefe das finanças da banda musical da Presidência da República, Pedro Lussaty, figura central, terá sido detido na posse de duas malas com dez milhões de dólares e quatro milhões de euros, supostamente a tentar sair do País.

Na sequência do escândalo, o Presidente da República, João Lourenço, demitiu vários militares de topo ligados à sua Casa de Segurança, bem como o seu responsável máximo e ministro de Estado, Pedro Sebastião.

O Banco Nacional de Angola (BNA) abriu também um inquérito para apurar as circunstâncias em que o dinheiro levantado por um banco comercial foi encontrado na posse dos oficiais ligados à Casa de Segurança.