Após a Somália e o Sudão cederem a pressões do governo da Turquia, para encerrar dois colégios naqueles países e consequente expatriação dos professores por alegada ligação à fracassada intentona de 15 de Julho deste ano na Turquia, continuam as suspeitas segundo as quais Angola estaria a ser alvo das mesmas pressões por parte do Presidente Recep Tayyip Erdogan para fechar o Colégio Esperança Internacional, sito na zona do Kifica, no bairro Benfica.

Em causa está uma polémica e mal esclarecida notificação verbal de que foi alvo o colégio. Foram portadores da referida informação, segundo apurou o Novo Jornal junto de fontes daquele estabelecimento privado de ensino, o director do Ensino Geral, a directora do gabinete jurídico do Ministério da Educação e o director de intercâmbio do mesmo Ministério, que, no dia 5 de Outubro mês, pelas 19h00, se deslocaram àquela instância para comunicar a decisão de encerramento sem, no entanto, apresentarem as razões.

A informação, que teria criado um mau clima entre os professores, estudantes e encarregados de educação, foi prontamente associada a pressões que o Governo turco estaria a exercer sobre as autoridades angolanas no sentido de fechar o colégio por alegada ligação ao clérigo muçulmano Fethullah Gulen, que se auto-exilou nos Estados Unidos em 2000, e que está a ser acusado pelo Presidente Recep Tayyip Erdogan, seu antigo amigo, de ter engendrado a frustrada tentativa de golpe de Estado na Turquia, a 15 de Julho deste ano.

Soma diz colégio está legal

A notícia, que teria caído como um tufão sobre os encarregados de educação, espalhou-se rapidamente e chegou inclusive a condicionar a abertura do processo de confirmações e matrículas para o ano lectivo 2017, que decorre desde o dia 18 deste mês, após a presença no colégio do director provincial da educação, André Soma, que deu garantias e tranquilizou os encarregados de que o colégio estava em situação legal e que o ano presente ano lectivo terminaria sem sobressaltos.

(Leia este artigo na íntegra na edição n.º 454 do Novo Jornal, também disponível mediante assinatura digital, que pode ser paga via multicaixa)