Os trabalhadores desta empresa realizaram hoje um protesto, concentrando-se e fechando os portões da ELISAL para exigirem o pagamento de dois salários em atraso, situação que já dura há vários meses.

O Chefe do Gabinete de Comunicação e Imagem da ELISAL, Manuel José, explicou ao Novo Jornal que, durante esta reunião, "ficou acordado que os salários de Fevereiro e Março serão pagos na próxima segunda-feira".

Os representantes da comissão sindical tomaram nota deste compromisso e informaram os trabalhadores, o que ajudou a acalmar os ânimos e a terminar o protesto que juntou centenas de trabalhadores dos turnos da noite e da manhã, com o fecho dos portões que impediam entradas e saídas da empresa.

"Lamentamos este cenário logo nas primeiras horas da manhã, mas os nossos colegas devem ter mais calma", disse ainda Manuel José, acrescentando: "Sempre que existe um ligeiro atraso (nos salários) eles tomam atitudes radicais, e, muitas das vezes, sem o conhecimento da comissão sindical".

Na ida ao local, o Novo Jornal online constatou o descontentamento dos trabalhadores da ELISAL, muitos alegaram que saem de casa até ao local de trabalho a pé devido à falta de dinheiro para o táxi.

Um dos trabalhadores, Luís Boca, disse mesmo que a situação está a obriga-lo a ter de escolher entre gastar o pouco dinheiro que lhe resta entre o táxi e o comer para os filhos

E, perante o compromisso assumido pela empresa, depois de abandonarem o protesto, garantem que vão esperar até segunda-feira para ver se a "palavra dada é cumprida"

"Vamos aguardar até segunda-feira, caso não resolvam a nossa situação, vamos voltar a fechar os portões", assegurou Luís Boca.

Victorino José Paulo, secretário para informação da comissão sindical, disse ao Novo Jornal online que o protesto que teve lugar na manhã de hoje "é ilegal", porque, apesar de estarem há dois meses sem salários, "nenhum trabalhador contactou a comissão sindical para organizar o protesto".

"Não tínhamos o conhecimento da greve, temos um caderno reivindicativo na empresa, onde são expostas todas as situações vividas com os funcionários dentro e fora da empresa, estamos sentidos com a posição de alguns colegas", lamentou ainda o sindicalista.

Um dos motivos apontados para o descontentamento dos trabalhadores, para além dos salários em atraso, é também a posição do sindicato, que afirmam não estar totalmente empenhados na defesa dos direitos de quem trabalha na empresa.