Segundo o responsável, que falava à imprensa à margem do seminário de capacitação de quadros do MPLA sobre "Os Tipos de Crimes a que Estão Sujeitos os Titulares de Cargos Públicos", encerrado ontem, 13, em Luanda, metade desses 30 mil milhões de dólares "representam depósitos de bancos comerciais junto dos seus correspondentes".

Ou seja, "não são necessariamente valores de cidadãos, são valores que os bancos comerciais detêm no exterior", explicou José de Lima Massano.

Esses montantes, esclareceu o governador do BNA, reflectem os dados da balança de pagamentos, compilados Bank for International Settlements (Banco de Compensações Internacionais), instituição que reúne bancos centrais de todo o mundo.

"Depois temos a outra metade, que corresponde a depósitos de entidades não financeiras", adiantou o responsável máximo do banco central, dando como exemplos os casos do Tesouro - "que detém contas para alguns dos financiamentos" - e do Fundo Soberano de Angola, "que não capta depósitos".

A lista dos milhões angolanos no estrangeiro inclui ainda alguns particulares, concluiu Massano, já depois de o Presidente da República e vice-presidente do MPLA, João Lourenço, ter colocado o assunto na ordem do dia.

O número dois do partido no poder fez uma advertência a todos os angolanos que tenham dinheiro depositado em contas no estrangeiro, e estipulou um prazo para que essas verbas regressem ao país. Em Janeiro começa a contar, avisou João Lourenço.