De 34 anos, Quimbuari foi galardoado por ter concorrido com um romance que o júri classifica de "a voz dos marginalizados" das ex-Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA).

Natural de Luanda, Honório Reciado Quimbuari Francisco superou a concorrência de outros 69 autores que tentaram a sorte num prémio que, além da publicação de mil exemplares da obra laureada, prevê a atribuição de um milhão de kwanzas ao vencedor.

Instituído com o objectivo de "valorizar o talento nacional e promover a divulgação de obras de autores desconhecidos no mercado literário angolano", o Prémio Imprensa Nacional de Literatura viu a sua primeira edição, em 2019, terminar sem vencedor por o júri ter identificado nas 33 obras a concurso "falta de apuro estético e estrutural" e "indícios de uma elaboração circunstancial e imediatista, eivada de rebuscamento de esquemas rimáticos pouco criativos".

Já na edição deste ano, em que o número de candidatos mais do que duplicou, o mesmo júri - que voltou a ter os mesmos membros, sendo presidido pelo professor e jornalista Manuel Muanza - reconhece ter havido "uma melhoria substancial na qualidade das obras submetidas". Aliás, chegou mesmo a pensar numa espécie de «menção honrosa» para a obra Escárnio, de Mbomba Mudiatela, mas tal não aconteceu por este último concorrente ter violado o exposto no artigo 4.º do regulamento do concurso, em que se determina, entre outros aspectos, que a obra apresentada ao prémio seja original, inédita, e não tenha sido apresentada a nenhum outro concurso com decisão pendente.

Para a avaliação das obras, segundo o estabelecido no regulamento do concurso, o júri teve em conta os seguintes critérios: originalidade (50%), contributo para a cultura nacional (30%) e respeito pelas características canónicas do género literário (20%).