A confusão começou quando um drone, uma espécie de helicóptero conduzido por controlo remoto, sobrevoou o estádio onde se disputava o jogo, transportando uma bandeira da Albânia. A bandeira acabou por ser arrancada pelo jogador sérvio Mitrovic.

A atitude do jogador sérvio desagradou aos atletas albaneses que se dirigiram ao adversário e retiraram- -lhe a bandeira, estabelecendo-se então uma enorme confusão no interior no relvado, com agressões pelo meio, entre jogadores e alegados assistentes ao jogo. O árbitro inglês Martin Atkinson interrompeu a partida, marcava o relógio 42 minutos.

A Federação Sérvia de Futebol (FSS) tinha decidido no domingo que o clássico balcânico seria disputado sem a presença da torcida visitante, por motivos de segurança. A Albânia e a Sérvia têm relações tensas por conta do conflito recente no Kosovo, ex-província sérvia, mas de população maioritariamente albanesa.

Olsi Rama, irmão do primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, foi detido em Belgrado sob a acusação de ter organizado o incidente, mas foi posteriormente libertado. Segundo a televisão oficial sérvia (RTS), que cita o Ministério do Interior, era Olsi Rama que telecomandava, a partir de um camarote oficial do estádio do Partizan, o drone que sobrevoou o relvado com a bandeira da Albânia e que viria a estar na origem da interrupção na partida.

O director de comunicação do primeiro- ministro albanês comentou ainda o caso: «O que aconteceu em Belgrado é muito triste, colocamos toda a nossa confiança numa investigação justa da UEFA, que alcance a verdade do que aconteceu, desde que o nosso hino tocou, até à saída dos nossos jogadores do relvado.» Michel Platini, presidente da UEFA, disse que o episódio com o drone poderia ter resultado numa tragédia sem precedentes.

«Os incidentes no jogo entre Sérvia e Albânia são vergonhosos. E imaginem que em vez de uma bandeira, o avião não tripulado transportava uma bomba... É algo muito perigoso, sobretudo naqueles países, onde se vivem muitas tensões políticas», salientou o francês.