Nils Andersen apontou a extracção de petróleo, o sector onde se verifica um grande surto de crescimento, como aquele em que a Maersk Oil Angola, um apêndice do grupo, vai continuar a direccionar os seus investimentos.
"O sector petrolífero é uma área que continua em crescimento e, por isso, o grupo Maersk continuará a investir nesse sentido", avançou o responsável. Neste momento, a Maersk Oil Angola vai investir no desenvolvimento do Campo de Chissonga, localizado no Bloco 16.
O responsável disse esperar que o grupo eleve o volume de negócios, o que poderá representar uma mais- -valia para o crescimento do emprego de mão-de-obra local. Nils Andersen sustentou ainda que o Grupo Maersk "tem [sobre esta questão] uma visão global, uma visão que acredita que, através da melhoria, de pelo menos para metade das boas práticas globais, se permita aumentar em mais 15 por cento o comércio e em mais cinco por cento o Produto Interno Bruto mundial".
"É nesse sentido que achamos que podemos ser mais eficientes na prestação dos nossos serviços, podemos ser mais actuantes, para que possamos satisfazer não só as nossas necessidades como companhia, mas contribuir também para o desenvolvimento de Angola", referiu. Nils Andersen sublinhou que Angola e o Grupo Maersk têm uma ligação comercial forte, uma vez que "Angola é o país de África com o maior número de unidades de negócio do Grupo Maersk (oito no total).
Aqui, o grupo emprega cerca de 1.300 pessoas, dos quais 80 por cento são quadros locais qualificados. Na área da marinha já foram feitos vários investimentos na formação e, neste momento, estão em formação cerca de 80 cadetes na Dinamarca, que desenvolvem qualidades técnicas para contribuir nas operações em Angola".
Pauta Aduaneira
Questionado sobre o impacto da Pauta Aduaneira na actividade da Maersk, Nils Andersen afirmou não estar "muito certo" nem ter "um conhecimento exacto das quotas aduaneiras angolanas", mas que isso é uma questão que não afecta directamente o grupo.
"Tenho a sensação de que as autoridades governamentais têm estado a levar a cabo uma política de modernização dos seus serviços e isso faz com que, até certo ponto, haja maior flexibilidade, maior agilidade no que diz respeito ao desalfandegamento e ao transporte de contentores. Acho que estão a tornar os serviços mais eficientes", considerou.
Para o Presidente da Maersk, quando se faz uma análise mais profunda, olha-se " não apenas para os custos, mas também para a eficiência dos serviços. Neste caso, como os serviços de desalfandegamento podem ocorrer e até que ponto pode haver celeridade no desalfandegamento da mercadoria. Essa é a área que realmente mais nos preocupa".
Unidades de negócios
O A.P.Moller-Maersk actua em Angola em oito segmentos essenciais. A Maersk Line é a grande área marítima que faz de transitário de contentores, apoiada por 65 portos de A.P.M. Terminals que operam em grandes portos mundiais. Em Angola, o Grupo Maersk opera no Porto de Luanda.
A Maersk Oil Angola é uma companhia petrolífera que opera em três blocos angolanos (Blocos 8, 16 e 23). No Bloco 16, a companhia fez duas importantes descobertas, o Chissonga, declarado campo comercial em 2011, e o Caporolo-1, em relação ao qual foi declarado o mesmo. No Bloco 23, o Azul foi a primeira descoberta em águas profundas no pré-sal.
A Maersk Drilling, uma companhia de perfuração, já tem a funcionar uma plataforma de perfuração avançada denominada Maersk Deliverer. Esta empresa já investiu mais de 4,5 mil milhões de dólares (450 mil milhões de kwanzas) em novas plataformas de perfuração.
Entre as empresas do grupo, Angola acolhe também a Maersk Supply Service - da área de apoio logístico às embarcações e plataformas do sector petrolífero em alto mar, a Svitzer - que apoia as operações de transbordo da Angola LNG, a DAMCO - a empresa de transporte logístico em terra -, e a Maersk Tankers que transporta o petróleo produzido.
"Respeitamos muito as outras companhias que operam no mercado e, felizmente, temos uma companhia que está muito bem posicionada e que procura manter a sua posição e consolidar cada vez mais aquilo que faz enquanto companhia no mercado", rematou Nils Andersen.