Em causa está, nomeadamente, o alegado desvio, entre 2007 e 2012, de fundos de um financiamento do BES ao BES Angola em linhas de crédito de Mercado Monetário Interbancário (MMI) e em descoberto bancário.
Álvaro Sobrinho, de 62 anos, está acusado pelo Ministério Público de 18 crimes de abuso de confiança agravado e cinco de branqueamento, enquanto Ricardo Salgado, de 80 anos e doente de Alzheimer, responde por cinco de abuso de confiança e um de burla qualificada.
No banco dos réus, sentam-se ainda Amílcar Morais Pires, considerado o ex-braço-direito de Ricardo Salgado, o ex-administrador do BES Rui Silveira e o empresário luso-angolano Helder Bataglia.
No total, os arguidos terão obtido vantagens ilícitas no valor de cerca de cinco mil milhões de euros e de mais de 210 milhões de dólares.
Na contestação, Álvaro Sobrinho alega que a acusação do Ministério Público, datada de julho de 2022, está "repleta de imprecisões jurídicas e erros manifestos", nunca explicando o plano que terá estado na origem dos crimes imputados aos cinco arguidos.
O início do julgamento está agendado para as 09h30, no Tribunal Central Criminal de Lisboa, e o ex-banqueiro Ricardo Salgado foi dispensado de comparecer às sessões devido ao seu estado de saúde.
Álvaro Sobrinho contesta a validade por apenas 90 dias do visto concedido para comparecer em Portugal ao julgamento que tem sessões agendadas até ao final do ano e requereu o acompanhamento por videoconferência.
O BES faliu no verão de 2014, enquanto o BES Angola foi liquidado em outubro do mesmo ano.