A OPEP+, organismo ad hoc que surgiu da necessidade de alargar este grupo de pressão à Rússia e a outros produtores interessados em evitar quedas abruptas no valor do barril nos mercados internacionais, como sucedeu em meados de 2014, projectam voltar a reunir-se nos dias 5 e 6 de Março do próximo ano para uma segunda análise à medida agora tomada nos dois dias de trabalhos, quinta e sexta-feira, em Viena, na Áustria,
A partir de Janeiro, esta redução agora acordada vai levar a uma limitação total da produção de 1,7 milhões de barris por dia no conjunto dos 24 países envolvidos, segundo comunicado citado.
A Arábia Saudita e outros países produtores vão acrescentar reduções "voluntárias e suplementares" a este novo objectivo, de acordo com a nota.
"Para equilibrar o mercado era necessário um corte de 500 mil barris por dia", afirmou o ministro da Energia da Rússia, Alexandr Novak, no final da reunião da OPEP+, anunciando que o seu país vai contribuir para este novo corte com uma diminuição da ordem dos 70 mil barris por dia.
A Arábia Saudita também fará uma redução de 167 mil barris por dia, segundo o representante de Riade, Abdelaziz bin Salman.
A Rússia e Arábia Saudita são os dois maiores produtores do grupo e a sua decisão, forjada em dezenas de encontros ao mais alto nível nos últimos meses, foi fundamental para esta decisão, que, de certa forma, contraria aquilo que foi o pronunciamento do ministro angolano dos Recursos Naturais e Petróleo, Diamantino Azevedo, para quem o acordo deveria reflectir os interesses de ambos os lados, o dos produtores e o dos consumidores, o que foi entendido como um sinal de que Luanda queria manter os cortes que estão agora em vigor, de menos 1,2 mbpd.
No entanto, o que saiu da mesa de trabalho da OPEP+, em Viena, foi um dos mais pronunciados cortes na produção no seio desta organização, porque o entendimento, fez saber o Governo de Riade, é que os países produtores estavam a encaminhar-se para um excesso de produção em 2020 que poderia ter consequências demolidoras no valor do barril.
Mas o acordo revelado após os dois dias de reuniões em Viena não compreende a contribuição voluntária da Arábia Saudita, que acrescenta aos 1,7 mbps mais 400 mil barris, elevando o cote real para os 2,1 mbpd.
A OPEP+ reúne mais de duas dezenas de produtores e a sua produção global ultrapassa os 40 por cento do petróleo extraído anualmente em todo o mundo.