Desde 18 de Maio, quando o governo de Benjamin Netanyahu deu luz verde à nova ofensiva, as forças israelitas não só intensificaram os seus ataques aéreos em todo o enclave, como também realizaram incursões terrestres tanto no norte como no sul, acompanhadas de ordens de evacuação.
Entre os bairros visados nesta nova ofensiva estão os de Al Nahda, Al Rawda, Al Salam, Al Nour, Al Tuffah, Al Daraj e Tel Al Zaatar, disse o porta-voz do exército, Avichay Adraee, na sua conta no X.
Desta forma, o Exército procura confinar uma população de 2,1 milhões de pessoas a uma área cada vez mais pequena: a cidade de Gaza, no norte, e a área central de Deir el-Balah.
O conflito intensificou-se quando o movimento radical palestiniano Hamas capturou mais de 250 reféns durante um ataque, a 07 de Outubro de 2023, no sul de Israel, que causou cerca de 1.200 mortos.
A retaliação de Israel já provocou mais de 54.300 mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas da Faixa de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
Quanto ao navio desviado pelas autoridades israelitas, com doze activistas franceses, alemães, brasileiros, turcos, suecos, espanhóis e holandeses a bordo, tinha partido de Itália a 01 de Junho para "quebrar o bloqueio israelita" em Gaza, onde a situação humanitária é desastrosa após mais de um ano e meio de guerra.
Depois de uma escala no Egipto, o Madleen aproximou-se de Gaza, apesar dos avisos de Israel, que tinha dado ordens ao seu exército para o impedir de se aproximar do território palestiniano.
Durante a noite, a Freedom Flotilla Coalition (FFC), que fretou o navio, anunciou a abordagem do navio pela armada israelita.
"Perdeu-se a ligação com o Madleen. O exército israelita entrou a bordo do navio", anunciou a coligação através da rede social Telegram, afirmando que a tripulação tinha sido `raptada pelas forças israelitas`.
Além de Greta Thunberg, o navio transportava também a eurodeputada franco-palestiniana de esquerda Rima Hassan.
A FFC denunciou ainda a existência de uma "clara violação do direito internacional", insistindo que a abordagem teve lugar em águas internacionais.
"Israel não tem autoridade legal para deter voluntários internacionais a bordo do Madleen", afirmou o director da organização, Huwaida Arraf.