O Libération e o Mediapart divulgaram os documentos que a WikiLeaks deu a conhecer, sob o título Espionnage Elysée [Espionagem Eliseu] e que constam principalmente de cinco relatórios da NSA (Agência Nacional de Segurança) dos Estados Unidos. Segundo estes documentos, agora divulgados, pelo menos entre 2006 e 2012, os três Presidentes de França Jacques Chirac, Nicolas Sarkozy e François Hollande foram espiados pela agência de segurança dos Estados Unidos.
Os documentos agora divulgados são relatórios de escutas das conversas telefónicas dos três presidentes franceses. Além dos presidentes, a NSA escutava também alguns ministros e altos funcionários do governo de França. Os relatórios divulgados referem escutas sobre a crise financeira de 2008, a dívida grega, a liderança da União Europeia e a relação de Sarkozy com o conflito entre Israel e a Palestina.
O último relatório da NSA, divulgado pela WikiLeaks revela conversas de François Hollande sobre a crise da zona euro, a eventual saída da Grécia do euro, as posições de Angela Merkel e manifesta a vontade de reunir secretamente com o SPD alemão. Hollande manifesta então (2012) grande preocupação em relação à Grécia, afirmando: "A Grécia e o povo grego poderia reagir votando num partido extremista". Os relatórios da NSA sobre as escutas referem que Sarkozy, em 2008, "sonhava" com a possibilidade de a França liderar a retoma mundial.
Os documentos mostram também que Sarkozy, em 2011, pôs a hipótese de retomar as negociações de paz entre Israel e a Palestina, dispensando o "quarteto" (EUA, Rússia, UE e ONU). Julian Assange, que está há três anos refugiado na embaixada do Equador em Londres, disse que "os franceses têm o direito de saber que os seus governantes eleitos estão sujeitos à vigilância hostil de um suposto aliado".