Luca Attanasio e dois elementos da embaixada italiana em Kinshasa foram mortos durante uma tentativa de rapto por elementos armados próximo da cidade de Goma,capital do Kivu Norte, uma das províncias mais afectadas pela presença de guerrilhas e milícias, algumas das quais com origem nos países vizinhos, como o Uganda ou o Ruanda.
Segundo o Governo italiano, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, citado pelas agências de notícias, Luca Attanasio seguia, juntamente com outros elementos da sua embaixada, nomeadamente um polícia-militar, dos Carabinieri, também abatido, com veículos humanitários da MONUSCO, a missão da ONU na RDC, a maior das Nações Unidas em todo o mundo, incluindo forças militarizadas com a missão de estabilizar o país.
Recorde-se que o leste da RDC, nomeadamente as três províncias mais próximas das fronteiras com o Ruanda e o Uganda, é uma das regiões de África mais violentas, muito por causa da presença de várias guerrilhas estrangeiras e milícias armadas locais, que se formaram após o genocídio de 800 mil tutsis pela maioria Huto, no Ruanda, em 1994.
Estas guerrilhas prolongaram a sua acção para a RDC onde se mantém até hoje, com um rasto de milhares de mortos e feridos, e mais de 2 milhões de deslocados, por causa das riquezas naturais da região, desde os diamantes aos minerais estratégicos como o cobalto e o coltão, imprescindíveis às modernas industrias tecnológicas, como o Novo Jornal descreve aqui.
A Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL), que agrega os países em torno dos Grandes Lagos, actualmente dirigida pelo Presidente João Lourenço, tem como um dos objectivos prioritários garantir o apoio aos países mais expostos à devastação em vidas humanas protagonizada pelos grupos armados, como a RDC, o Ruanda e o Uganda.
As mais perversas guerrilhas que actual naquela regiões, onde agora foi morto o diplomata italiano, são as ADF (Aliança das Forças Democráticas), proveniente do Uganda, e as FDLR (Forças Democráticas de Libertação do Ruanda), além de milícias locais, como o famigerado M23, com forte presença no Kivu Norte.