A FNLA considera o 15 Março de 1961 como data do início da luta armada em Angola contra o colonialismo português porque "foi uma data que abalou as bases do regime colonial e despertou a consciência de todos amantes da paz e do progresso, não haveria liberdade nem independência para Angola e para ex-colónias portuguesas de África, além de contribuir para o colapso final da ditadura Salazarista", apontou o porta-voz da FNLA, Ndonda Nzinga, em declarações ao Novo Jornal sobre a efeméride.

"O 15 de Março de 1961 é diferente das outras duas datas pela intensidade dos combates: o 04 de Janeiro de 1961, que marcou a grande revolta patriótica da Baixa de Cassanje, e o 04 de Fevereiro, que marcou a grande revolta de Luanda, que o MPLA hoje considera início da luta armada em Angola", clarificou.

Para Ndonda Nzinga "o 15 de Março foi a verdadeira insurreição nacional que abrangeu grande parte do território nacional, até a própria capital Luanda foi sacudida, marcou o início de uma guerra ininterrupta que foi até aos acordos de Alvor".

Ndonda Nzinga defende ser necessário que o Executivo angolano divulgue mais os feitos dos protagonistas desta acção que culminou com a independência nacional de Angola em 1975.

O historiador Ernesto Kuma lembrou que no dia 15 de Março de 1961 Angola acordou sobressaltada com notícias preocupantes sobre algo de muito grave que ocorria nos distritos de Uíge, Zaire e Kwanza Norte.

"Os portugueses tomaram, então, conhecimento da existência da UPA (União dos Povos de Angola), movimento independentista que, acoitado no Congo ex-belga e com o apoio de algumas organizações internacionais, cometia naquelas regiões massacres generalizados", acrescentou, salientando que as populações aterrorizadas refugiaram-se nas matas ou fugiram para os países vizinhos.

Bié acolhe o acto central

A província do Bié foi escolhida pelo Executivo para acolher o acto central do 15 de Março, Dia da Expansão da Luta Armada de Libertação Nacional, que será presidido pelo ministro da Defesa Nacional e Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, João Ernesto dos Santos "Liberdade.

Aos jornalistas nestas província, João Ernesto dos Santos "Liberdade" prometeu para breve o aumento da pensão mensal dos assistidos que é de 23 mil Kwanzas.

"Por isso, quero tranquilizar-vos sobre a efectivação, a qualquer momento, desta medida, tão logo a proposta for aprovada pelo Titular do Poder Executivo", disse o ministro, assegurando que as equipas técnicas fizeram o devido trabalho.

Sem no entanto revelar a taxa prevista da próxima pensão, salientou que a intenção enquadra-se nas estratégias da melhoria das condições de vida dos assistidos e dos seus dependentes, em reconhecimento dos esforços consentidos durante a luta de libertação de Angola do jugo colonial.

Disse que em 2023 foram apurados mais de 68 mil pensionistas, entre antigos combatentes e veteranos da pátria, viúvas, órfãos e ascendentes.

"Foram tidos como os legítimos pensionistas, por reunirem os requisitos exigidos e que continuam a beneficiar dos seus direitos, de forma regular, contra os mais de 162 mil anteriormente existentes, sendo que os restantes foram retirados da base de dados", acrescentou.