O também coordenador da CIVICOP anunciou na segunda-feira que os quatros homens teriam "uma cerimónia com características políticas em que os ossos são colocados nas respectivas urnas em locais apropriados no quartel-general das Forças Armadas, pelo facto de todos terem sido militares".
O ministro Francisco Queiroz referiu igualmente que a cerimónia prevê intervenções das famílias e um discurso do Executivo.
O 27 de Maio, data que marca um dos períodos mais violentos da história de Angola enquanto país independente, surgiu do movimento que ficou conhecido por "Fraccionismo", que teve como rosto Nito Alves, então dirigente de topo do MPLA e ministro do Interior sob a Presidência de Agostinho Neto.
Depois do fracasso da acção de Nito Alves, para o qual as forças militares cubanas que estavam em Angola foram relevantes, seguiram-se muitos e violentos meses de perseguição aos aliados do então ministro do Interior.
O resultado foi o massacre de milhares de pessoas e a detenção de outras tantas, de forma arbitrária, pensando-se que muitas foram vítimas de vinganças pessoais sem quaisquer ligações ao momento político-militar e ao movimento de fracção.
Ainda hoje não se sabe ao certo quantas pessoas morreram durante a repressão do 27 de Maio. Segundo a Amnistia Internacional, terão sido 30 mil. Segundo a Fundação 27 de Maio, o número de vítimas ascende a mais de 60 mil.