Durante a colocação das bandeiras do "Galo Negro" nas vias de acesso ao Largo da Independência, vários automobilistas e populares aplaudiam os militantes da UNITA que colocavam de volta as bandeiras, retiradas no passado sábado por um grupo de indivíduos desconhecidos com recurso a uma carrinha de caixa aberta, constatou no local o Novo Jornal.

"Viva, coloquem mesmo aí, este País não é só deles (do MPLA). Angola é de todos nós", palavras ditas por muitos automobilistas e populares dirigiram ao grupo de militantes da UNITA que no Largo da Independência colocava as bandeiras.

No Sábado, 16, perto das 22:00, um grupo de indivíduos desconhecidos, com recurso a uma carrinha de caixa aberta, percorreu algumas das vias de acesso ao Largo da Independência, em Luanda, e retirou a maioria das bandeiras da UNITA, deixando uma "maioria qualificada" de propaganda eleitoral no coração da capital nas mãos do MPLA e quase sem representação das forças políticas da oposição.

Vários militantes da UNITA disseram ao Novo Jornal que já estão habituados a um clima de intolerância política e acusaram os militantes do MPLA, afecto à JMPLA, que, sob protecção policial, retiram as bandeiras do "Galo Negro" de noite.

O Novo Jornal ouviu o director do gabinete de comunicação institucional e imprensa do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional, superintendente Nestor Goubel, que disse não ter sido feita qualquer denúncia à Polícia Nacional sobre esta situação.

O secretário para a Organização da UNITA, Diamantino Mussokola, disse que este tipo de comportamento, que denota uma "clara e nada democrática intolerância política", marca presença para manchar a democracia angolana sempre que se aproximam eleições.

"É mais um acto de intolerância política", disse Diamantino Mussokola, acrescentando que o seu partido não se vai deixar atemorizar porque "não são as bandeiras que votam, são os angolanos e estes estão preparados, desta vez, para alternar o poder em Angola".