"(...) Hoje é um dia de festa, um dia de vitória, de esperança e de glória, um dia de reflexão sobre o nosso percurso glorioso, e sobre o muito que temos pela frente para vencer os desafios do nosso tempo", enfatiza o Chefe de Estado.

Isto, apesar da pandemia de covid-19, que, segundo João Lourenço, ainda não permite "celebrar como gostaríamos a nossa Independência, obrigando-nos a continuar com as medidas de biossegurança recomendadas pelas autoridades sanitárias e aderir massivamente aos postos de vacinação, para mais rapidamente criarmos as condições para voltarmos à vida normal".

Neste discurso dirigido aos seus compatriotas, o Chefe de Estado traça um percurso que começa na madrugada de 11 de Novembro de 1975, em que "nascia um novo país e sagrava-se a esperança de todo um povo".

"Naquela noite, juntos celebrámos com júbilo o culminar de uma longa e difícil caminhada. Ao proclamarmos a nossa Independência, passámos a ser livres e iguais, a ser donos do nosso próprio destino, passámos a ser, finalmente, orgulhosamente angolanos", diz João Lourenço, para quem "a ocupação colonial foi o primeiro grande teste à capacidade de resistência, à destemida capacidade de lutar por direitos e objectivos, à inquebrantável união perante os grandes desafios e à firme vontade de vencer" do povo angolano.

"O sonho concretizado da Independência era, entretanto, um meio, para que o fim último de construir uma sociedade próspera fosse alcançado", continua o Chefe de Estado, para dizer que "infelizmente, a alegria aclamada pela Independência Nacional (...) e de construir uma sociedade próspera para todos foi adiada logo após o seu início".

"A guerra prolongada dilacerou a vida de muitos angolanos, destruiu o nosso país e impediu-nos de realizar os sonhos da nossa Independência, adiou o país, comprometeu o futuro de várias gerações e atrasou a realização dos nossos anseios", lê-se no discurso do Chefe de Estado.

"A nossa capacidade de resistência, de luta, de união e forte vontade de vencer os desafios foram postas à prova, porém, mais uma vez, vencemos", afirma. E acrescenta: "Conquistámos a paz, mantivemos a unidade nacional e, com o perdão sincero no rosto e na alma de cada angolano, reconciliámos a Nação".

Desafios que, diz João Loureço, "são permanentes" e devem fazer parte do quotidiano dos angolanos.

Para o Presidente da República, nos quase 20 anos de paz, Angola percorreu um caminho que deve orgulhar o seu povo.

"O país vem sendo reconstruído; construímos e reconstruímos portos, aeroportos e caminhos de ferro, investimos na educação e na saúde através da construção e reconstrução de escolas e hospitais em todo o país e do recrutamento de milhares de professores, médicos e enfermeiros", diz.

"Aumentámos a oferta de habitação, reduzimos a taxa de analfabetismo, aumentámos o número de carteiras em todos os níveis de ensino, incrementou-se consideravelmente o número de camas hospitalares, meios de diagnóstico e tratamento do sistema nacional de saúde, cresceu consideravelmente o investimento na produção, transporte e distribuição de energia eléctrica e de água potável à escala nacional", afirma.

"O caminho é longo e complexo, mas estou certo que juntos venceremos se trabalharmos todos pela manutenção da estabilidade política e social, continuando a construir e a consolidar uma sociedade democrática, assente no Estado de Direito e no respeito pela Constituição e pela Lei", sublinha, para destacar que "para vencer os desafios de hoje", é preciso continuar a investir na alteração da estrutura económica de Angola através da diversificação da economia.

"Explorar todo o potencial que temos é crucial para relançar e diversificar a economia, incentivar o investimento privado nacional e estrangeiro, promover o crescimento, gerar emprego e tornar o estado social sustentável", declara.

"Para vencermos os desafios da actualidade, é imprescindível continuarmos a investir na moralização da sociedade e na construção de uma Nação, cujos pilares fundacionais sejam os valores morais. Precisamos de continuar a mobilizar cada angolano para que sejamos partícipes da luta pela prevenção e o combate à corrupção", proclama o seu discurso da Dipanda.