Manuel Pedro Pacavira: "O 4 de Fevereiro foi orientado pelo MPLA"
A historiadora Maria da Conceição Neto disse, no ano passado, aos microfones da Rádio Nacional de Angola que a questão da UPA/FNLA e o MPLA é problematizada demais.
"Muitas vezes, era difícil saber quem era quem, as pessoas envolvidas neste processo não sabiam a que organizações estariam ligadas. Além disso, as pessoas que diziam que eram da UPA não estavam ligadas à direcção de Holden Roberto. Mas era uma organização bem conhecida".
"O MPLA era um nome recente em 1961. Começou a ser divulgado logo a partir da chegada de Agostinho Neto a Luanda, em finais de 1959, mas as organizações que foram o embrião deste partido já eram conhecidas. A verdade é que no processo político em que prenderam muitos nacionalistas não foi invocada a sigla MPLA, mas a verdade é que muitos nacionalistas reivindicam estes acontecimentos para o partido no poder".
Já o nacionalista Manuel Pedro Pacavira, em declarações à mesma emissora, discorda da posição da historiadora Conceição Neto, dizendo que o 4 de Fevereiro foi orientado pelo MPLA, defendendo: "Até ao momento dos acontecimentos da data, a nossa direcção não estava consolidada, encontrava-se debilitada por uma série de prisões que foi sendo levada a cabo pela Polícia Internacional de Defesa do Estado/ Direcção Geral de Segurança (PIDE- -DGS) nos fins de 1959, e logo em Janeiro começámos a trabalhar porque queríamos saber que tipo de organização tínhamos".
"Já alguns camaradas nossos encontravam-se presos, como Ilídio Machado, Mendes de Carvalho, Liceu Vieira Dias, com os quais tínhamos contacto e ligações", esclareceu.