Na nota de protesto, os directores de Informação da RTP, da RDP e da RTP África manifestam "profunda preocupação e veemente repúdio" pela "expulsão arbitrária da equipa da emissora pública portuguesa RTP, destacada no Palácio da Cidade Alta para a cobertura de um encontro oficial da Presidência".

Em solidariedade com a equipa da RTP expulsa do Palácio Presidencial, o Sindicato dos Jornalistas angolanos fez sair uma nota em que condena o acto e exorta a secretaria da Presidência a "retratar-se".

Na nota de protesto da RTP, os responsáveis editoriais da estação pública portuguesa consideram que a atitude das autoridades angolanas "representa um atentado à liberdade de imprensa e uma violação flagrante dos princípios fundamentais do jornalismo e da democracia".

"Apesar de estarem devidamente credenciados e no exercício legítimo da sua função jornalística, os profissionais da RTP foram retirados da sala de imprensa, numa acção selectiva e discriminatória que contrasta com a permanência de outros jornalistas", lê-se.

Para a RTP, a decisão da Presidência angolana de não permitir a presença dos seus profissionais em eventos oficiais "revela uma tentativa inaceitável de silenciar a liberdade de expressão num país que se diz comprometido com os valores democráticos".

"A RTP foi também excluída do grupo de Whatsapp do Centro de Imprensa da Presidência -- o meio oficial de divulgação da agenda institucional dos órgãos de comunicação credenciados", em Angola, lê-se ainda na nota de protesto.

Também o Sindicato dos Jornalistas portugueses reagiu, considerando a expulsão da equipa da RTP "um atentado à Liberdade de Imprensa, ao acesso às fontes e ao direito a informar", defendendo que "estas acções configuram interferências e pressões políticas inaceitáveis sobre os jornalistas que vivem e trabalham no país".