O número de chitas e de mabecos (cães selvagens) existentes nos parques naturais do BIcuar, na Huíla, e da Mupa, no Cunene, vai ser apurado através de um projecto de monitorização e contagem da responsabilidade do Instituto Nacional da Biodiversidade e Áreas de Conservação (INBAC).
Este projecto, cuja efectivação vai ser da responsabilidade de técnicos angolanos e estrangeiros, pretende averiguar da saúde das populações destas duas espécies, ambas colocadas no topo das que enfrentam o perigo de extinção em todo o mundo.
Citado pela imprensa, Abias Houngo, director do INBAC, explicou que o programa contempla a instalação de aparelhos de filmagem especialmente concebidos para estas verificações em ambiente selvagem, sendo a escolha dos locais para a sua instalação resulta de trabalho de campo realizado anteriormente.
A presença nestes parques, bem como noutras áreas geográficas de Angola, destas duas espécies é importante, não só para melhor programar a sua preservação e protecção enquanto animais em vias de extinção mas também pela importância que têm na atracção de visitantes e turistas a estes locais protegidos.
Tanto as chitas como os mabecos são animais que vivem preferencialmente em locais de savana e com baixa arborização, condições que são encontradas nos parques do Bicuar e da Mupa.
Enquanto os mabecos só se encontram em África, a chita tem ainda habitats em algumas áreas da Ásia, onde os registos científicos apontam para a existência de menos de uma centena de animais, tornando este um dos mais eficazes chamarizes de visitantes aos parques de vida selvagem em todo o mundo. Ambas as espécies contam apenas com alguns milhares de indivíduos, a partir dos quais se pode garantir a sua sobrevivência.
Para além dos parques do Bicuar e da Mupa, o mesmo programa de monitorização e contagem de indivíduos das espécies de mabecos e chitas, está previsto para a região transfronteiriça do Okavango/Zambeze, no Kuando Kubango, onde o levantamento será alargado a outras espécies de felinos.
Os países da África Austral são fulcrais nos programas mundiais de protecção das chitas e dos mabecos, porque é nesta sub-região que se encontra o maior número de indivíduos de ambas as espécies.
Os principais perigos que estes animais enfrentam são o continuado avanço das populações humanas em crescimento para os seus territórios naturais e a caça, especialmente no caso dos mabecos, porque, segundo as ONG internacionais dedicadas à sua preservação, em muitas regiões são considerados, erradamente, uma ameaça aos animais domésticos.
Nos trabalhos de campo em Angola vão estar, entre outras, as organizações "Pantera" e o Programa de Conservação de Chitas e Mabecos, do Zimbabué.