Em Benguela, as autoridades sanitárias instalaram centros de tratamento da doença no interior dos bairros, de modo a tentar reduzir os casos de cólera e pôr fim às mortes extra-hospitalares na província, anunciou, na sexta-feira, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, depois de uma visita de campo.
A medida, segundo a ministra, visa evitar que a população percorra longas distâncias à procura de tratamento da doença.
Angola acumula agora um total de 15.843 casos, sendo 5.567 em Luanda, 3.105 em Benguela, 2.926 no Bengo, 1.722 no Cuanza Norte, 1.059 no Icolo e Bengo, 698 em Malanje, 247 no Cuanza Sul, 147 no Namibe, 135 em Cabinda, 80 no Zaire, 77 na Huíla, 38 no Huambo, 23 no Cubango, 15 no Uíge, dois no Bié, e um emcada uma das províncias do Cunene e da Lunda Sul.
Com os três óbitos registados nas últimas horas o total de mortos por cólera passa a 538, dos quais 199 em Luanda, 113 no Bengo, 86 em Benguela, 62 no Cuanza Norte, 30 no Icolo e Bengo, 25 em Malanje, 12 no Cuanza Sul, quatro no Zaire, três em Cabinda, dois no Namibe, e um em cada uma das províncias na do Huambo e da Huíla.
Segundo a OMS, o País vive "um momento crítico", atravessando "um cenário complexo de saúde pública caracterizado por doenças endémicas, doenças transmissíveis e não-transmissíveis, doenças tropicais negligenciadas e um surto de cólera que já afectou 17 das 21 províncias".
Está por isso em curso uma série de medidas de resposta urgente que incluíram "o envio de equipas de resposta rápida, a formação de pessoal de saúde, a criação de centros e unidades de tratamento da cólera, o fornecimento de água potável, o envolvimento intensivo da comunidade e o lançamento de campanhas de vacinação específicas".
Como o Novo Jornal tem vindo a alertar, os dados recolhidos em diversos estudos internacionais, com incidência nos países menos desenvolvidos, indicam que em média existem mais quatro doentes por cada um confirmado laboratorialmente.
A razão principal para esta disparidade é que as unidades de saúde nem sempre dispõem dos componentes básicos para a testagem e porque muitos dos casos são assintomáticos, embora estes portadores do vibrião colérico, agente responsável pela doença a continuem a transmitir na comunidade em que estão inseridos.
Água e alimentos infectados e mal higienizados são a principal causa na transmissão comunitária da cólera.
A vacina e a higiene são os métodos mais eficazes para combater a propagação desta doença, considerada globalmente como uma infecção do 3º mundo.
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