Segundo o Ministério da Saúde, no País foram reportados 283 casos de cólera nas últimas horas. Para além dos 164 do Namibe, houve registo de novas infecções no Cuanza Sul (71), na Huíla (13), em Luanda (10), no Cuanza Norte (6), em Benguela (5), na Lunda Norte (4), em Malanje (3), no Zaire (2), no Icolo e Bengo (2), no Bengo (2) e em Cabinda (1).

Para além dos três óbitos na província do Namibe, todos no município do Tômbwa, foram reportadas mais duas mortes no Cuanza Sul e uma na Huíla.

Nas últimas receberam alta 192 pessoas e actualmente estão internadas 540 com cólera, segundo o Ministério da Saúde.

Desde o início da epidemia foi reportado um total cumulativo de 23.426 casos e 699 óbitos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) assinaram na semana passada, em Luanda, um memorando de entendimento de apoio ao Governo angolano na resposta de emergência para travar a propagação da cólera.

Espera-se que com este acordo, que vale 1 milhão de euros, a epidemia que varre o país desde o início do ano, seja travada nos próximos quatro meses, através de acções de emergência dirigidas a mais de 500 mil pessoas, com especial incidência nas crianças, idosos e pessoas com deficiência

"Travar a propagação: acelerar as intervenções contra a cólera que salvam vidas em Angola" é o nome do projecto que "inclui intervenções cruciais nos domínios da saúde, da água, saneamento e higiene (WASH), e que conta com o apoio financeiro da União Europeia, no valor de 1 milhão de euros", dizem ambas as organizações em comunicado.

Angola está actualmente a braços com uma das mais graves epidemias de cólera das últimas décadas.

Segundo o comunicado, a taxa de mortalidade é de 3,7%, "ultrapassando o limiar de emergência da OMS de 1%.

O plano de acção conjunto integra iniciativas que incluem o estabelecimento de pontos de re-hidratação oral e de centros de tratamento da cólera; formação de profissionais de saúde e de voluntários comunitários; expansão do processo de cloração da água e da promoção da higiene nas zonas afectadas.

Inclui igualmente o reforço da capacidade de vigilância e diagnóstico das doenças; o apoio à implementação de uma campanha de vacinação reactiva contra a cólera; e o envolvimento das comunidades, com voluntários a facilitar diálogos sobre comportamentos de protecção e a distribuir kits de prevenção da cólera às famílias.